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Mulher portadora de deficiência é vítima de tortura, estupro e escravidão

Vítima tem 51 anos e era mantida há cinco anos em cárcere privado por um casal e seu filho na cidade de Esteio.

22/06/2021 às 09h43 Atualizada em 22/06/2021 às 13h21
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Polícia Civil
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Mulher portadora de deficiência é vítima de tortura, estupro e escravidão

Uma mulher de 51 anos foi salva por policiais civis após ser mantida durante cinco anos em cárcere privado por uma família na cidade de Esteio. Agentes da Delegacia de Polícia de Esteio, coordenados pela delegada Luciane Bertoletti, cumpriram, na manhã desta terça-feira, 22, mandados de prisão preventiva, internação, busca e apreensão contra uma casal e seu filho, que são acusados de tortura, escravidão, estupro e diversos crimes patrimoniais contra a vítima, que é portadora de necessidades especiais.

A Polícia Civil havia recebido uma denúncia anônima de que uma pessoa portadora de necessidades especiais era mantida por um casal em cárcere privado e submetida a todo o tipo de violência. O denunciante relatou que a situação já perdurava há, pelo menos, cinco anos e que a vítima era forçada a trabalhar em circunstancias que extrapolavam sua condição física, sendo brutalmente agredida caso não cumprisse a jornada estabelecida pelos investigados.

De acordo com o que foi apurado, os investigados eram vizinhos da vítima e, em determinado momento, teriam vendido a casa em que ela residia e subtraído o seu cartão de benefício previdenciário. A partir de então iniciaram-se uma série de crueldades. A vítima, se arrastando, era obrigada a trabalhar todo o dia, por mais de 15 horas, sem comida e bebida até que terminasse suas tarefas. Além disso, era proibida de utilizar o banheiro antes de terminar seus afazeres, urinando-se nas calças em diversas oportunidades, o que lhe causou uma gravíssima infecção. 

Ronaldo Bernardi / Agencia RBS

Nesse mesmo período, o filho do casal, um adolescente de 16 anos, passou a abusar sexualmente da vítima, com o consentimento dos pais. Se não bastasse, em mais de uma oportunidade, a vítima fora obrigada a usar cocaína pela investigada, lhe causando sérios problemas de saúde. A delegada Luciane Bertolletti afirma que as condições em que a vítima foi encontrada denotam a crueldade dos crimes praticados pelo casal.  

O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana - 2ªDPRM, delegado Mario Souza explicou que foi uma situação terrívelmente criminosa. Ele relata que a pessoa deficiente estava em uma situação de muito sofrimento. Por causa da Lei de Abuso de Autoridade, o nome dos envolvidos e da vítima, não foram divulgados.

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