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Conheça Carlos Batata, o "funcionário" felino do Complexo Administrativo de Bento

Gato foi adotado por uma família vizinha às secretarias, mas escolheu viver em meio aos departamentos da prefeitura, onde circula até ostentando um crachá

06/06/2021 às 10h41 Atualizada em 06/06/2021 às 11h14
Por: Jorge Bronzato Jr.
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Em alguns setores, como na Saúde, Carlos Batata ganhou até uma identificação especial
Em alguns setores, como na Saúde, Carlos Batata ganhou até uma identificação especial

Quem diariamente busca algum serviço junto ao Complexo Administrativo da prefeitura de Bento Gonçalves, localizado na rua 10 de Novembro, na Cidade Alta, certamente já cruzou por um "funcionário" de nome um tanto peculiar: Carlos Batata. Não se trata, entretanto, de nenhum servidor concursado ou cargo em comissão, e sim de um gato que, ao longo dos últimos três anos, decidiu que passaria ali, em meio às secretarias municipais, grande parte das horas do seu dia.

A história de Carlos Batata – ou o que se sabe dela – começa em junho de 2018. Um dia, a arquiteta Josi Copat recebe uma mensagem da irmã Joice, que havia encontrado um gatinho próximo à avenida Osvaldo Aranha. A dona do animalzinho, desinteressada, perguntou se ela não gostaria de ficar com o felino. "Minha irmã me ligou, mandou foto e eu disse 'sim, vamos ficar com ele'. Ela se encantou com a beleza e a meiguice dele, era muito carinhoso", relembra Josi.

Carlos Batata foi, então levado para a sua nova casa, onde passou a conviver com mais três gatos e um cachorro - o Bilinho, de quem ficou muito amigo. O lar adotivo ficava justamente ao lado do Complexo Administrativo.

Mas nem mesmo a segurança, os carinhos, as amizades e a comida conseguiram manter Carlos Batata na moradia. Instigado, talvez, pelo constante movimento de pessoas nos inúmeros departamentos públicos instalados ali próximos, ele logo começou a visitar o local com frequência. "Por uns três a quatro meses ele ficou comportado em casa. De repente, percebemos que o Batata começou a vir somente de noite. Comia pela manhã e se bandeava para as secretarias. À noite, voltava para dormir. Eu comecei a ficar preocupada, pois tinha receio que ele fosse atropelado e que as pessoas não gostassem", completa Josi.

Passado mais algum tempo, a família percebeu que Carlos Batata quase já não retornava para casa. Foi nessa época que entenderam, com certo pesar, que ele havia optado por viver principalmente   na estrutura da administração. De dia, passeia por vários setores. Na Saúde, por exemplo, circula devidamente identificado com seu crachá. "Quando o guarda faz a ronda, ele vai atrás dele parecendo um cachorrinho, mesmo no frio. O pessoal adotou ele com muito amor. Onde passar, tem água e ração para o danado", conta a arquiteta.

Carlos Batata, que é castrado, ainda faz algumas visitas à antiga casa, normalmente nos finais de semana, mas, para tristeza dos Copat, não tem permanecido por muito tempo. Não foram poucas as tentativas de mantê-lo dentro da residência. "Ele se desespera, chora muito. Sinto pena e solto, e lá vai ele, feliz da vida, para o Complexo", diz Josi.

O conforto vem por meio das constantes notícias indicando que, com certeza, o gatinho está sendo bem tratado. "Tenho algumas pessoas que conheço que trabalham nas secretarias e que me mantêm informada, mandando fotos e me contando suas peripécias. Fico feliz quando vou nas secretarias e percebo que tanto as pessoas que frequentam o complexo quanto os funcionários gostam dele", afirma Josi.

Mesmo com a partida de Carlos Batata, a arquiteta ainda guarda um sentimento de que o tempo pode ajudar a trazê-lo de volta. "A gente queria muito que ele ficasse com nós, mas ele escolheu uma grande família. Perdi o gato, mas tenho esperança que, quando ficar velhinho, ele retorne", finaliza.

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