As ciscunstâncias, no momento, vão em contramão ao Esportivo, no entanto, o treinador Rogério Zimmermann almeja superar as adversidades para estrear com o pé direito na Série D do Campeonato Brasileiro de 2021. O alviazul de Bento Gonçalves, após 14 anos, volta a disputar uma divisão nacional, e faz a sua estreia neste domingo (06), diante do Rio Branco, no Estádio Nelson M. Dias, em Paranaguá, no Paraná.
Para o início de campanha na competição nacional, o desafio do Esportivo tem se resumido em driblar as adversidades. Com o pouco tempo de preparação e com o elenco ainda em plena formação, o alviazul se viu obrigado a incluir jogadores da base nos treinamentos para os primeiros confrontos, enquanto o plantel não recebe novos reforços.
De acordo com Rogério Zimmermann, o fato de o clube não ter mantido uma base do ano passado, de não contar com um tempo ideal para a contratação e para passar aos jogadores o modelo de jogo, e pelo pouco poder de investimento se configuram como fatores a desfavor do clube para o início da Série D.
“O que a gente faz numa hora dessas? Tenta ser o mais criterioso possível na hora de contratar, trazendo jogadores com modelo de jogo que gostaríamos, trazendo alguns jogadores que já tenham trabalhado conosco, que é uma economia de tempo, e renovando com alguns jogadores que atuaram no Gauchão, nem que tenha sido poucos, mas isso ajuda”, explica.
O técnico alviazul cita o próprio adversário em comparação à realidade do Esportivo. Ao contrário do time de Bento Gonçalves, o Rio Branco-PR manteve a base do estadual. “No futebol, o tempo curto é relativo. Você pode ter dois meses e não aproveitar, e você pode ter pouco tempo e usar bem esse tempo. É isso que compete a nós: procurar usar bem o pouco tempo e transformar isso em algo produtivo”, pondera Zimmermann.
A proximidade da competição, de acordo com o treinador, gerou uma pressão para a realização de contratações. No entanto, a comissão técnica do Esportivo, em conjunto com a direção, optou por contratar jogadores de forma criteriosa em detrimento do tempo de preparação dos mesmos no clube.
“Nós resolvemos não contratar por contratar. Não chegar na primeira rodada e já ter 25 jogadores, mesmo que isso gere um pouco de ansiedade, no geral. É melhor você ter um grupo pequeno e ter certeza na contratação do que você olhar e ver que várias contratações, com o passar dos treinos, não foram bem-feitas”, ressalta.
Mesmo com a curta intertemporada, o Esportivo conseguiu realizar um jogo-treino, com vitória sobre o rival Caxias pelo placar de 1 a 0. Na etapa derradeira do teste preparatório, Zimmermann utilizou jogadores da base, com o objetivo de observá-los para utilizá-los em uma eventualidade, como agora neste início de campeonato, no qual o Esportivo não tem o seu elenco completamente formado. “Essa observação serviu para ver quem são jogadores que, em uma eventualidade, possamos precisar, principalmente para a primeira partida ou para a segunda partida, em função do número pequeno de jogadores”, comenta.
Porém, o treinador pondera que o clube não deve utilizar atletas de sua categoria de base no profissional somente por necessidade. “Uma das ideias nossas é valorizar a categoria de base, mas não valorizar por simplesmente colocar jogadores. Temos que usar jogadores da base por convicção, nós estamos usando hoje um pouco por convicção, mas também pela necessidade, e não devemos utilizar jogadores da base por necessidade”, destaca.
Além das adversidades já citadas, o Esportivo encara, logo na primeira rodada, uma das viagens mais longas que terá que realizar na Série D. Zimmermann pondera, no entanto, que os fatores que pesam contra o Esportivo serão vistos como desafios a serem superados.
“Isso são desafios. Há duas maneiras de ver isso: você ficar intimidado com isso ou ser desafiado. Estamos com essas circunstâncias, mas vamos tentar nos superar. O futebol é um pouco isso, você precisa estar sempre se superando, cada equipe com suas realidades, e não é só porque é a Série D. Embora a gente converse sobre isso, embora é necessário colocar isso para o torcedor, de nenhuma maneira estamos colocando isso como uma desculpa, pelo contrário. A gente conhece a realidade, e tenta agir dentro dessa realidade positivamente”, pondera.
“Nós vamos estar jogando como se o torcedor estivesse conosco lá”, afirma Zimmermann
Apesar de não poder frequentar as arquibancadas, o torcedor está ansioso para ver o Esportivo novamente ultrapassando as fronteiras do Rio Grande do Sul para voltar a disputar uma divisão nacional. E, diante de um momento histórico para o clube e especial para a torcida alviazul, o treinador não deixou de salientar a importância do torcedor neste momento.
“O torcedor tem que estar preocupado? Tem que estar, assim como nós estamos preocupados. Mas o ‘preocupado’ às vezes é um om sinal, pois estamos atentos a todas as circunstâncias. O que a gente mais quer é fazer boas partidas e ter bons resultados para quem? Para o torcedor. A essência do futebol é o torcedor, e tudo o que fazemos é para ele”, destaca.
Apesar de não ter o contato com o torcedor no dia-a-dia, Zimmermann afirmou que, embora exista um distanciamento, o que é passado para o vestiário é que os torcedores estarão juntos com o Esportivo na Série D. “Sabemos que, embora o torcedor não esteja na arquibancada, e mesmo quando jogarmos fora de casa o torcedor não esteja lá, o torcedor vai estar atento para acompanhar através de outras plataformas. Ele vai estar em casa, no seu trabalho, vai estar de alguma maneira presente lá no jogo. E nós vamos estar jogando como se o torcedor estivesse conosco lá”, diz Zimmermann, que complementa:
“A maior satisfação que um treinador e os jogadores tem é dar uma alegria para o torcedor. Temos que fazer o máximo possível, e estamos trabalhando muito, muito mesmo pensando no torcedor do Esportivo”, conclui.
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