Com o objetivo de promover a capacitação profissional de pessoas transexuais e travestis em diversos municípios do Rio Grande do Sul, foi lançado o Programa Qualifica Trans. A ação é uma parceria do governo do Estado, por meio da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH) e da Secretaria da Cultura (Sedac), e do Senac-RS. Em Bento Gonçalves, as inscrições para o curso de Design de Sobrancelhas no Senac da cidade foram prorrogadas.
Os interessados têm até o dia 15 de junho para se inscrever mediante preenchimento do formulário (clique aqui para acessar). O processo de seleção é coordenado pela Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH), que encaminhará os inscritos selecionados ao curso no Senac Bento Gonçalves. A próxima turma de Design de Sobrancelhas tem previsão de início em julho.
Na formação, com carga horária de 30 horas, são ministradas noções de anatomia e fisiologia da pele e do pelo, higienização e esterilização de materiais, noções básicas de visagismo, linhas inclinadas, retas e onduladas. O curso também aborda tamanho, proporção e diferentes tipos de rosto, técnicas de modelagem de sobrancelhas, método de remoção de pelos com pinça, modelagem com hena, alisamento de sobrancelhas e coloração de sobrancelhas.
Para se inscrever, é necessário ter o ensino fundamental completo. Vale destacar que a iniciativa visa inserir as pessoas transexuais e travestis no mercado de trabalho, de maneira rápida, possibilitando uma maior qualidade de vida através da qualificação profissional.
Educação e mercado de trabalho para pessoas trans
Segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), estima-se que cerca de 70% das pessoas trans no Brasil não concluíram o ensino médio e que apenas 0,02% encontram-se no ensino superior. Além disso, travestis e mulheres transexuais são alvo preferencial da transfobia com os maiores índices de violência direta, indireta e suicídio. Também representam o maior número quando analisados dados sobre o assassinato, em torno de 98% dos casos, por expressarem o gênero marcado em suas expressões de gênero femininas e afirmação de uma identidade pública. Ainda de acordo com a Antra, mais de 90% da população trans só encontra trabalho no mercado informal, principalmente na prostituição – retrato da exclusão do mercado de trabalho e da grande vulnerabilidade nos níveis social e pessoal.
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