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"Conquista" que necessita se tornar rotina no Clube Esportivo

Coluna estreia falando da participação do Esportivo na Série D e suas futuras consequências

21/05/2021 às 16h27 Atualizada em 21/05/2021 às 19h22
Por: Kevin Sganzerla Fonte: Kévin Sganzerla
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Foto: Kévin Sganzerla
Foto: Kévin Sganzerla

A confirmação do Clube Esportivo no Campeonato Brasileiro da Série D é uma conquista, sim! Após sete anos, o clube volta a contar com um “calendário cheio”, e retorna a uma divisão nacional depois de 14 anos. O ano de 2021 está muito propício para o alviazul sair de um ciclo vicioso. Em pouco mais de uma década, o clube foi rebaixado três vezes e passou o seu maior período (2015 a 2019) na Divisão de Acesso desde que subiu pela primeira vez em 1969. O descenso deste ano, no entanto, é totalmente distinto dos anteriores. 

Em 2010, afundado em dívidas, o Esportivo sucumbiu em um pesadelo que parecia sem fim. Se não bastasse o rebaixamento, as categorias de base foram dizimadas. A gestão de Luis Delano Oselame fez o alviazul ressurgir das cinzas. A base voltou, e os resultados no profissional também. Em 2012 o Esportivo retornou à elite, mas logo caiu em 2014, em um ano manchado pelo “caso Márcio Chagas”. Em 2015, o alviazul quase desabou à Terceirona Gaúcha. 

A partir de 2016, o Esportivo novamente se reergueu, através da gestão de Guilherme Salton, mesmo com passos mais lentos. Em 2019, com Anderson Zanella na presidência e no ano do centenário, o estopim de euforia marcou não só a volta do alviazul à elite, como também a reaproximação do torcedor junto ao clube da cidade, com diversas iniciativas que permearam os 100 anos do clube. No entanto, assim como em 2014, o Esportivo, mesmo com o momento mais importante do clube nas últimas décadas, com a conquista do título do Interior em 2020 após 33 anos, conseguiu se manter por somente duas temporadas na elite do Gauchão, e logo conheceu um novo rebaixamento na sua história. Um fato que se tornou CÍCLICO! 

MAS, neste ano, o rebaixamento, apesar de dolorido, foi totalmente distinto. O Esportivo finalizou o Gauchão com um Superávit de mais de R$ 500 mil e com a base em plena evolução. Portanto, 2021 é o ano perfeito para sair do ostracismo. 

Não há cobrança na Série D. Se houvesse, os torcedores estariam colocando o clube “na forca” por terem anunciado somente sete atletas restando menos de 20 dias para o início da competição nacional, o que resulta em um pessimismo quanto aos resultados dentro de campo. Mas não é necessário subir, ou fazer uma campanha incrível. 

O fato de o Esportivo disputar uma competição nacional e vê-lo jogar contra clubes de outros Estados já causa uma grande euforia e orgulho ao torcedor, pois o clube, agora, é visto também fora das fronteiras do Rio Grande do Sul. 

No entanto, além do Gauchão de 2021, a Série D também necessita se tornar, sobretudo, uma lição. Um clube profissional precisa pensar em competir durante todo o ano. Com grande parte dos gastos custeados pela CBF, a competição nacional deve se tornar alvo do Esportivo para as próximas temporadas. 

A participação na Série D do Brasileirão precisa, sobretudo, instigar a ambição do clube, fato que a direção atual teve, porém somente aos 45 minutos do segundo tempo. O Gauchão não pode se tornar o centro das ambições do alviazul, não mais. Os estaduais, nos últimos anos, diminuíram drasticamente, assim como as cotas de televisão. Além disso, um clube de nível profissional não pode “almejar” atuar somente 11 jogos durante todo o ano. Se o clube confirmou presença na competição nacional é porque há subsídios para tal, basta ambicionar. Não só o clube, mas também o sócio, o torcedor, a comunidade de Bento Gonçalves precisam almejar ver o clube do coração crescer.  

O Esportivo novamente vai disputar a Divisão de Acesso na próxima temporada. Porém, esse fato não pode se tornar empecilho para que o clube possa realizar projeções a longo prazo visando alcançar patamares maiores no cenário do futebol brasileiro. É necessário AMBIÇÃO para que a participação em competições de nível nacional não se torne uma “conquista”, mas sim uma nova rotina no Estádio Montanha dos Vinhedos. É hora de pensar alto! 

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