O Brasil tem a quinta maior população idosa do mundo. São pessoas com experiência, que já vivenciaram o mercado e que possuem um jeito de trabalhar que pode soar estranho (ou no mínimo diferente) para os mais jovens. No entanto, muitas empresas já perceberam que a experiência dos 50+ pode trazer vantagens, e vêm investindo em ações e oportunidades para os colaboradores seniores, que podem dar valiosas contribuições.
Para entender como mesclar colaboradores de diversas idades pode ser algo positivo, recomendo o filme “Um Senhor Estagiário” (2015), estrelado por Anne Hathaway e Robert De Niro. Trata-se de uma comédia com toques de drama, e muito inspiradora principalmente para as mulheres na liderança. No filme, a personagem-título Ben (interpretado por De Niro) é um executivo aposentado e viúvo de cerca de 70 anos, que por se sentir desmotivado e entediado resolve buscar um novo propósito de vida. Assim, ele começa a estagiar em uma startup online de moda, e aos poucos consegue, com muito bom humor e disposição, mostrar o seu valor, tornando-se a pessoa de confiança de Jules, CEO da empresa, interpretada por Anne Hathaway. Ao tratar os desafios da convivência entre gerações e o valor da empatia, o filme mostra como um funcionário mais experiente pode agregar valor ao ambiente corporativo.
De acordo com dados do IBGE, o Brasil tem mais de 28 milhões de pessoas nessa faixa etária, número que representa 13% da população do país, e esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas (outras estimativas apontam que em 10 anos o número de pessoas da terceira idade ultrapassará o de crianças até 14 anos de idade). Não podemos fechar os olhos para a revolução da longevidade, pois é entendendo esse conceito que compreendemos como a relação entre trabalho e envelhecimento se modificou nos últimos tempos. Da mesma forma que as gerações 40, 50, 60+ querem continuar a produzir e a se desenvolver, mantendo suas atividades ou reinventando suas atuações, as empresas querem continuar performando de forma sustentável. Neste contexto, também cresce a importância de contar com a expertise e da maturidade dos seniores, sobretudo quando falamos das relações de consumo. Isso porque muitas marcas, empresas e prestadores de serviços que têm como alvo essa faixa etária hoje entendem que, para atender a estes Clientes, faz-se necessário ter uma equipe que saiba conversar com este público. Fazendo valer aqui a máxima “é conversando que a gente se entende”, nada melhor do que valorizar quem entende as necessidades desses consumidores, seus desafios e suas solicitações.
Partindo dessa premissa, recentemente realizamos uma ação de recrutamento de colaboradores 50+, a fim de ajudar um de nossos Clientes a oferecer o melhor atendimento ao seu público, formado por pessoas com 65 anos ou mais, e que prefere os meios tradicionais de contato. E percebemos que com estes colaboradores, promovemos a melhor experiência e ajudamos a fidelizar a marca do nosso Cliente, ao mesmo tempo em que promovemos um mercado de trabalho mais diverso. Para a Neo, não há dúvidas que ao valorizar os talentos da melhor idade, comunicamos com mais empatia, e destacamos um olhar diferenciado em meio a processos cada vez mais modernos. Aliar experiência à inovação também é parte da transformação digital, que é cada vez mais democrática e inclusiva.
Por Priscila Araújo, gerente geral de RH da Neo
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