As obras do túnel que passará sob a BR-470 e será o principal acesso ao bairro São João, em Bento Gonçalves, foram aceleradas nos últimos dias, depois de passarem por um período de maior lentidão, que gerou dúvidas e críticas junto à comunidade. Durante transmissão ao vivo realizada na manhã desta quinta-feira, dia 13, pelo NB Notícias, o diretor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (iPURB), Heitor Tartaro falou a respeito do andamento da obra, diretamente do local.
Nesta quinta e ainda na sexta-feira, dia 14, está sendo executada a pavimentação asfáltica de uma das pistas do novo entroncamento. A expectativa é que o serviço seja finalizado ainda nesta sexta, liberando completamente o tráfego de veículos neste ponto, para quem vem do sentido Veranópolis-Bento e acessa o bairro.
A construção da passagem subterrânea, por sua vez, ainda dependerá da detonação de rochas em uma parte embaixo da pista. Por enquanto, estão sendo concretadas as laterais do túnel para, em seguida, se fazer o aterramento de um dos lados da rodovia, com a recomposição do asfalto, permitindo que a escavação passe para o outro lado.
De acordo com Tartaro, a diminuição no ritmo de trabalho por parte da empresa contratada pela prefeitura ocorreu sobretudo por falta de matéria prima. "Nós também ficamos apreensivos, a obra deu uma desacelerada realmente, porque faltou material. São etapas, e esta etapa agora dependia dos tirantes, que são basicamente aço e concreto, e a parte do piso do túnel, que também é de aço e concreto. E o aço estava em falta, então a empresa conseguia comprar pouco. Semana passada chegou uma carga grande, e nessa semana também, então isso deu um corpo para a obra e eles conseguiram recuperar o ritmo", explica.
No que diz respeito ao cronograma e ao prazo de entrega, outros pontos bastante questionados pela comunidade, o diretor recorda que, já no começo das obras, houve um imprevisto que retardou em dois meses os trabalhos, que foi a necessidade de se reconstruir uma adutora de água da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) responsável pelo abastecimento do São João e que estava sob a BR-470. "O prazo era final de julho, mas ela demorou esses dois meses para iniciar. Então, o que era julho, passou a ser setembro. E aí, nos meses agora de março e abril, deu uma atrasada na obra por falta de material e deu uma retraída no cronograma. Nós precisamos, agora que a obra encorpou de novo, dar o tempo para ela retomar e, daqui a uns 30 dias, podemos ter uma noção de qual vai ser o cronograma final. Assim que ela estiver em seu ritmo normal, nós poderemos ter uma previsão", complementa.
Outro assunto abordado foram os dois aditivos no contrato, solicitados pela construtora justamente em função do aumento significativo do preço do aço no mercado. Os acréscimos fizeram com que o custo total passasse de R$ 9,5 milhões para R$ 11,3 milhões. "Esses aditivos ocorreram em função de um desequilíbrio financeiro no contrato. É quando a balança pende para um dos lados. Pode ser para acréscimo ou supressão. Por exemplo, na semana passada, nós fizemos supressão de valores em uma outra obra. Nessa, como é basicamente aço e concreto, acabou ficando mais caro, porque o valor do aço subiu mais de 100%. Nós concedemos 52%, que foi o que conseguimos comprovar por meio das tabelas da Caixa. Nem concedemos o aditivo todo. É uma situação delicada, a população precisa entender que para nós também não é interessante, mas ela se faz juridicamente necessária", finaliza.
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