O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou nesta quarta-feira (5), na CPI da Covid, do Senado, que o Brasil poderia ter mais vacinas hoje se tivesse aceitado os riscos acertando as compras na fase de estudos dos imunizantes.
"Quem chega depois vai para o final da fila", afirmou Teich. Em sua visão, levou a melhor, com grande estoque de doses, os países que tinham mais dinheiro e capacidade de assumir esse risco, comprando imunizantes que talvez não se mostrassem úteis futuramente.
Segundo o ex-titular da pasta, sua gestão, negociou em maio com os laboratórios Moderna e Janssen e com a Universidade de Oxford a possiblidade de compras de imunizantes ainda na fase de estudos.
Teich afirmou ainda que a estratégia do país foi errada ao defender remédios como a cloroquina e não os imunizantes. "Numa estratégia onde a gente tivesse foco na vacina, a gente teria provavelmente um acesso maior e mais precoce a vacinação."
Para Teich, como o Brasil desistiu de adquirir as vacinas de forma antecipada, acabou sendo prejudicado na distribuição dos lotes.
O ex-ministro afirmou também que a vacinação é a única forma de se adquirir a imunidade da população.
"A tese de imunidade de rebanho, na qual você adquire a imunidade pelo contato e não pela vacina" é um erro", declarou.