Após o acesso no ano do seu centenário, a passagem do Esportivo na elite do futebol gaúcho durou apenas duas temporadas. Em uma campanha desastrosa, o alviazul de Bento Gonçalves se despediu da primeira divisão com o seu rebaixamento decretado no último sábado (24), em goleada sofrida diante do Inter por 5 a 0, no Beira-Rio. Confira como foi a campanha do alviazul no Gauchão de 2021:
Início de campanha nada promissor:
A diretoria apostou no nome de Luiz Carlos Winck para comandar o clube neste ano. O treinador contava com a responsabilidade em dar sequência aos bons resultados obtidos pelo técnico Carlos Moraes, que levou o clube ao acesso, em 2019, e ao título do Interior, em 2020, após 33 anos. No entanto, o sucesso do novo treinador, que já conquistara o respeito do torcedor alviazul após a conquista da Divisão de Acesso de 2012, não foi repetido em 2021.
Na formação do elenco, o Esportivo manteve somente quatro jogadores do time campeão do Interior na temporada passada. O plantel foi praticamente todo reformulado para a disputa do Gauchão de 2021, com a folha salarial se aproximando do montante de 2020.
A pré-temporada foi marcada por inúmeros casos de lesões. Atletas que não vinham jogando sofreram com o impacto do significativo período de inatividade por conta da pandemia. Aos poucos o elenco, que já era considerado curto, transpareceu ainda mais a carência de peças, inclusive a nível de titularidade.
As lesões se tornaram a dor de cabeça de todos os treinadores que passaram pelo clube neste curto período. Ao todo, cerca de 20 casos de lesões ou traumas foram constatados ao longo da temporada. O zagueiro Léo Dagostini e o meia Anderson Dim, por exemplo, sequer estrearam com a camisa alviazul. Além deles, o zagueiro Jean, que foi contratado para ser o possível defensor titular na equipe, só atuou durante 40 minutos no Gauchão.
A vitória na primeira rodada sobre o São José mascarou o que viria posteriormente. Nos jogos contra o Aimoré, Brasil de Pelotas e Grêmio, o time mostrou pouca produtividade e pecou em demasiado no setor defensivo. Em quatro jogos, o Esportivo só havia feito apenas um gol. As más atuação se repetiram no confronto histórico do alviazul em sua segunda participação na Copa do Brasil, diante do Remo-PA. Com direito a pênalti perdido, a equipe comandada por Winck foi superada por 2 a 0 e foi eliminada da competição nacional.
A eliminação resultou na demissão de Winck, que foi bastante conturbada. O treinador, que foi responsável pela formação do elenco, ao lado do gerente de futebol Luis Fernando Hannecker, que chegou ao clube posteriormente, quando o plantel já estava cerca de 70% formado, foi demitido pela direção. Winck soube da informação através de uma informação vazada pela Rádio Grenal no Twitter e foi informado de sua demissão por telefone.
Assim que demitiram Winck, a diretoria apostou em um nome expressivo para salvar o clube da situação na qual se encontrava. Rogério Zimmermann foi confirmado como treinador do alviazul, surpreendendo o torcedor. Com a sua vinda, o Esportivo foi ao mercado e trouxe duas peças para o setor defensivo: Juan Sosa e Rafael Dumas.
O pedido de demissão de Zimmermann:
Com Zimmermann no comando, o Esportivo demonstrou uma pequena evolução, porém sucinta. No Clássico da Polenta, o alviazul foi superado pelo placar de 2 a 1. Contra o São Luiz, o alviazul ficou no empate em 1 a 1, em Ijuí. Depois, em um confronto decisivo diante do Novo Hamburgo, em casa, o Esportivo foi derrotado por 2 a 1 com dois erros individuais cruciais, que custaram um resultado favorável no jogo.
Após o jogo contra o Anilado, Zimmermann sequer deu entrevista coletiva. Logo após o término do jogo, o treinador pediu sua demissão, que foi confirmada no dia seguinte pela diretoria. A saída repentina do técnico fragilizou o psicológico do time e aumentou a crise no clube.
O técnico Gustavo Papa, o qual foi auxiliar de Zimmermann em sua curta passagem pelo clube, assumiu o comando. O novo treinador trabalhou sobretudo no fortalecimento do psicológico do grupo de atletas para encontrar forças para sair da zona do rebaixamento. Em sua estreia, Papa teve sucesso.
Diante do Pelotas, no Estádio Boca do Lobo, o Esportivo conquistou uma vitória pelo placar de 2 a 0, na melhor atuação da equipe no campeonato. A reta final de campeonato, no entanto, não seria nada fácil para o Esportivo. O alviazul realizou boas atuações contra o Ypiranga de Erechim e o Juventude, mas ficou apenas no empate.
Contra o Canarinho, um erro crucial do goleiro Anderson, muito contestado pelo torcedor, quase colocou o time em uma situação ainda mais delicada no campeonato. No entanto, Wesley Pacheco salvou o clube de uma derrota no apagar das luzes. Já no confronto diante do Juventude, o time novamente fez uma boa apresentação, mas sobreviveu na competição com um empate muito mais pelos erros de arbitragem como pelos seus próprios méritos.
Em três jogos sob o comando do alviazul, Gustavo Papa pontuou mais em relação aos sete jogos realizados antes de o novo treinador assumir o cargo. Além disso, proporcionou uma melhora significativa, sobretudo no setor ofensivo, o qual anotou 5 gols nas últimas quatro partidas.
O Esportivo chegou na última rodada dependendo de suas próprias forças para se manter na elite. No entanto, enfrentou o Internacional, no Beira-Rio, na rodada derradeira da competição. O Novo Hamburgo e o Pelotas até ajudaram o alviazul, mas o time de Bento Gonçalves não conseguiu fazer sua parte. Com uma sonora goleada sofrida por 5 a 0, o Esportivo terminou o campeonato na penúltima colocação, decretando o sexto rebaixamento da história do clube.
Números:
Em 11 jogos, o Esportivo fez somente nove pontos, os quais obtidos em duas vitórias e três empates. O alviazul finalizou a primeira fase com o segundo pior ataque da competição, com apenas 9 gols anotados, e com a segunda pior defesa, ao lado do lanterna Pelotas, com 18 gols sofridos. A equipe de Bento Gonçalves também teve o pior aproveitamento fora de casa no campeonato. O meia Juninho Tardelli foi o artilheiro do time com três gols anotados.
Campanha do Esportivo no Gauchão 2021:
Esportivo 1 x 0 São José
Aimoré 2 x 0 Esportivo
Esportivo 0 x 1 Brasil de Pelotas
Esportivo 0 x 2 Grêmio
Esportivo 0 x 2 Remo-PA – Copa do Brasil
Caxias 2 x 1 Esportivo
São Luiz 1 x 1 Esportivo
Esportivo 1 x 2 Novo Hamburgo
Pelotas 0 x 2 Esportivo
Esportivo 1 x 1 Ypiranga
Esportivo 2 x 2 Juventude
Internacional 5 x 0 Esportivo
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