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Pais fazem protesto em frente à casa de juíza que suspendeu retorno das aulas

No começo da tarde deste domingo, 25, a juíza Cristina Luisa Marquesan da Silva, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, manteve como válida uma decisão liminar prévia, que suspendeu aulas presenciais no Rio Grande do Sul.

25/04/2021 às 23h19
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Divulgação
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Pais fazem protesto em frente à casa de juíza que suspendeu retorno das aulas

Uma manifestação, na tarde deste domingo, 25, no bairro Auxiliadora, em Porto Alegre, pedia a reabertura das escolas. O ato aconteceu em frente ao local onde mora a magistrada que proferiu a decisão suspendendo o retorno às aulas presenciais. No começo da tarde deste domingo, a 1ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre manteve como válida uma decisão liminar prévia, que suspendeu aulas presenciais no Rio Grande do Sul durante a prevalência da bandeira preta no Distanciamento Controlado, mesmo com a flexibilização de protocolos contra a Covid-19.

Segurando cartazes e fazendo buzinaço, panelaço, batendo palmas e gritando por “escola”, muitos pais, alguns acompanhados de crianças, demonstravam indignação contra o despacho da juíza Cristina Luisa Marquesan da Silva. A Brigada Militar foi acionada, mas a manifestação seguiu de forma pacífica.  A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) emitiu uma nota, defendendo a juíza e repudiando o ato, que foi organizado a partir de vazamento e circulação de dados pessoais da magistrada (leia a íntegra abaixo).

Pelo outro lado, a Associação Mães e Pais pela Democracia, que defende a “escola aberta na hora certa”, é a entidade que vem se posicionando contra o retorno precipitado às aulas, sem que os educadores e funcionários tenham sido vacinados contra a Covid-19. Junto com o Cpers, sindicato que representa os professores, a organização teve deferida a petição pela manutenção da suspensão. 

Confira a nota emitida pela Ajuris

A Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (AJURIS) repudia, com toda veemência, prática que está se tornando rotineira em Porto Alegre: a ameaça a juízas e juízes em suas residências por conta de decisões tomadas no âmbito de suas atribuições profissionais.

É o que ocorreu na tarde deste domingo (25/4), quando manifestação descabida ocorreu em frente à residência da juíza responsável pela ação sobre a volta às aulas, depois que seu endereço particular circulou por grupos de WhatsApp e redes sociais. Tal tipo de protesto é um despropósito, uma violência moral que põe em risco não apenas a magistrada, mas também sua família.

Nesse caso, importante destacar que a parte descontente com a decisão da magistrada, que manteve a suspensão das aulas, recorreu ao Tribunal de Justiça do RS, e o agravo está em análise na 4ª Câmara Civil em sessão judicial prevista para se encerrar na próxima quarta-feira, como prevê o sistema judicial, que está em pleno funcionamento, e é uma das garantias do Estado Democrático de Direito.

Aliás, se era consabida a data do julgamento deste recurso, parece imprópria a repentina alteração de critérios, pelo Governo do Estado, precipitando nova discussão, quando em poucos dias ter-se-ia o julgamento do tema.

A AJURIS entende que toda decisão judicial causa descontentamento à parte sucumbente e pode gerar o debate público, salutar em democracia; mas jamais aceitaremos que a reação às decisões represente ameaça à segurança física das magistradas e magistrados e seus familiares. A divulgação do endereço e a perturbação da tranquilidade doméstica de nossos juízes e juízas é prática repugnante e que precisa cessar de imediato. Chega!

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