Elias dos Santos Silvestre, 39 anos, foi indiciado pela Polícia Civil como sendo o autor do estupro e assassinato da menina Jordana Tamires Christ Watthier, 13 anos, ocorrido na cidade de Bom Princípio. O inquérito, finalizado na manhã desta sexta-feira, 16, traz elementos que comprovam a responsabilidade do então namorado da mãe da jovem, agora indiciado por homicídio qualificado e estupro de vulnerável. Pesam sobre ele ainda, qualificadores do crime por se enquadrar em feminicídio e asfixia - um recurso que dificultou a defesa da vítima, e causa por motivo torpe. O caso foi encaminhado ao Fórum de São Sebastião de Caí, que enviará ao Ministério Público, órgão responsável por denunciar o fato.
O inquérito é concluído 12 dias após o domingo de Páscoa (4), dia em que a vítima foi encontrada morta próximo ao Arroio Forromeco, às margens da ERS 122. De acordo com o delegado responsável pela investigação, Marcos Pepe, ainda faltam laudos finais das necropsias realizadas pela perícia, mas o abuso sexual e a asfixia já estão confirmados. Nos próximos dias, serão conhecidos exames de DNA que podem comprovar, por exemplo, outros detalhes. Entre eles, se houve luta corporal com o acusado e se ela teria ingerido alguma substância que tenha auxiliado o padrasto a colocá-la dentro do carro.
Mesmo com o inquérito finalizado, algumas dúvidas sobre a dinâmica do crime persistem. O próprio Elias falou, em depoimento, que levou Jordana no seu carro na noite de sábado (3) e que ela, durante o trajeto, tentou pular por várias vezes. Quando conseguiu, se machucou ao cair no chão. Ele a colocou de volta no automóvel e a levou ao matagal, onde consumou o abuso e o homicídio. Segundo Elias, a menina pediu para "dar uma volta" de carro com ele após um desentendimento com a irmã mais nova. A versão é tida como questionável. "Particularmente acredito que não. É a versão dele no interrogatório e formalizamos. Mas amigos e vizinhos já diziam que ela não gostava muito das brincadeiras que ele fazia", afirma o delegado.
Os fatos apontam que a família havia voltado de um culto evangélico por volta das 20h30min de sábado. Eles jantaram juntos e, logo depois, cada um foi dormir em seu quarto. Por volta das 23h30min, Elias informou à mãe de Jordana que não conseguia pegar no sono e, por isso, ia voltar para a casa da mãe - residência onde ele morava, no mesmo município. Foi neste momento que ele saiu com Jordana no carro e os dois não foram mais vistos. A mãe percebeu o sumiço da filha apenas por volta das 14h30min do outro dia. "Aí está a dúvida. Ele teria dopado, medicado ela para tirá-la de casa sem ninguém ouvir e sem ela resistir? A mãe estava adormecida quando ele saiu, mas não há elemento concreto algum deste fato. A mãe não é indiciada" finalizou o delegado.
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