O Ministério Público Estadual (MP-RS) está investigando a possível construção de uma igreja em um terreno da prefeitura de Bento Gonçalves no bairro Vila Nova 3, em meio a um suposto esquema eleitoral no qual estaria envolvido o ex-assessor de um vereador do município. Em até dez dias, o promotor Alécio Silveira Nogueira deverá decidir se abre um inquérito civil sobre o tema ou se, na ausência de irregularidades, arquiva o caso.
A primeira denúncia relacionada ao assunto ganhou forma há cerca de três meses, em um material remetido à promotoria. Segundo o documento, o lote público em questão tem 190 metros quadrados e está localizado na rua Antônio Somensi. O texto diz que, em 2020, o imóvel foi cedido "sem qualquer autorização legislativa/legal/formal/contratual para um cabo eleitoral do vereador Sidinei da Silva, para dele fazer uso particular".
Ali, conforme a denúncia, foi aberta a "Igreja Evangélica Caminhando para o Céu", da qual o então assessor, identificado como Leandro Janisk de Araújo, se apresentava como pastor. O material também reúne, em seus anexos, convites para celebrações religiosas realizadas no local a partir do final de 2020.
O dossiê aponta, ainda, que após a exoneração do servidor, no começo do ano passado, sua esposa, Marisa Munhões de Araújo, assumiu o mesmo cargo na Câmara, um dia depois de sua saída.
O que diz o MP
O promotor Alécio Silveira Nogueira afirma que, neste momento, está aberta uma Notícia de Fato – que é um procedimento investigatório preliminar – , para se apurar a suposta construção irregular em imóvel público. "Notificado pela Promotoria de Justiça, o Município de Bento Gonçalves informou que a área teria sido negociada (por meio de contrato de promessa de compra e venda) com um particular, que já teria sido notificado pelos órgãos municipais sobre a construção referida. No momento, analiso as informações prestadas pelo Município e as providências administrativas a serem adotadas na sequência e que ainda estão em estudo", detalha Nogueira.
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