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Fiscalização durante a pandemia não chegou ao transporte coletivo de Bento Gonçalves

Moradores reclamam da redução nos horários dos ônibus e da superlotação dos veículos nos horários de pico

10/04/2021 às 07h58
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Divulgação
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Fiscalização durante a pandemia não chegou ao transporte coletivo de Bento Gonçalves

Em Bento Gonçalves parece que só um local está imune à pandemia do coronavírus: os ônibus do transporte coletivo. Usuários reclamam há mais de um ano da superlotação dos ônibus, além da restrição de horário desde o início da pandemia. De um lado estão os trabalhadores, que precisam se expor diariamente ao risco de contaminação ficando próximos de tantas pessoas ao mesmo tempo, e do outro estão as empresas do transporte coletivo, que estão fazendo malabarismos para manter os empregos de seus colaboradores  sem terem recebido nenhum incentivo para manterem o serviço funcionando a pleno.

Nesta semana, o NB Notícias vem recebendo diversas denúncias de ônibus superlotados nos horários da manhã e do fim de tarde. Muitos destes usuários são profissionais de saúde que trabalham no hospital, na UPA 24 Horas e Unidades Básica de Saúde. Além deles, trabalhadores do comércio, padarias, restaurantes e outros estabelecimentos também são expostos diariamente a esta situação. A profissional de saúde Heloísa (nome fictício para não identificar a trabalhadora) relata que precisa utilizar o transporte público todas as manhãs e fica preocupada de ter que enfrentar a lotação diariamente. "Sei que as empresas utilizam produtos para higienizar os ônibus, mas são muitas pessoas juntas em um pequeno espaço. Poderiam ser colocados mais coletivos para atender a população. Isso é um desrespeito com os usuários. Cadê a fiscalização, que fecha lojas e faz de conta que isso não acontece?", desabafou a profissional.

Um motorista de ônibus também relata a preocupação com o grande número de passageiros que transporta. Segundo ele, não dá para afirmar que pessoas foram contaminadas pelo vírus dentro do coletivo, mas o acúmulo de pessoas aglomeradas é um risco muito grande. "Não temos o que fazer. Essas pessoas têm que ir trabalhar e não serei eu que vou impedi-las de entrar no ônibus. A gente fica com medo, mas precisa seguir trabalhando", resumiu.

Por outro lado, as empresas de ônibus têm sido uma das mais atingidas pelos problemas econômicos provocados pela pandemia. Os custos para manutenção do transporte aumentaram e o número de usuários vêm diminuindo a cada ano que passa. Os diretores das empresas não falam oficialmente, mas o setor, de uma maneira geral, sente que foi esquecido em todo o país. A maior reclamação é que não foram criados subsídios para que as empresas continuem prestando o serviço sem prejuízo financeiro e consiga manter todos os seus colaboradores empregados. A saída tem sido a redução no número de veículos utilizados e garantia da segurança dos passageiros com a higienização ozonizada, que garante os veículos sem a ameaça de vírus e bactérias por até 72 horas. 

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