"A pandemia não pode ser uma justificativa para rasgar a Constituição. A liberdade religiosa não foi defendida", disse o bispo Eduardo Bravo, presidente da Unigrejas (União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos) ao criticar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que decidiu contra a liberação de cultos religiosos.
Segundo Bravo, a Unigrejas tem uma posição contrária às aglomeraçoes e defende o equilíbrio entre fé e saúde pública. "Nossa luta sempre foi para que as igrejas funcionassem dentro de todas as normas sanitárias, inclusive com a capacidade limitada."
Mas a decisão pelo fechamento foi considerada drástica e desproporcional. "Trata-se de um exemplo clássico de retrocesso democrático", afirmou Bravo. "As igrejas complementam o trabalho do poder público, principalmente levando orientação num momento como o que estamos vivendo. O governante inteligente deveria enxergar a igreja como uma parceira."
Bravo lamentou que, em vez de defender o cumprimento da Constituição, que garante os cultos e suas liturgias, "infelizmente os ministros do STF entraram em um mérito teológico que desconhecem, excluindo as necessidades da alma do ser humano". "A saúde do corpo e a saúde da alma estão conectadas entre si”, finalizou.