Depois de dar vida novamente à festa mais popular do município em 2019, em um esforço combinado de resgate que contou com o apoio do Poder Público municipal, o Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves (CIC-BG) viabiliza, agora, um importante capítulo para a memória da Fenavinho. Em 2022, as histórias, as curiosidades e os personagens da Festa Nacional do Vinho serão eternizadas num livro, abarcando uma trajetória iniciada em 1967 e compreendida até os dias atuais, com 16 edições de festividade realizadas. “A Fenavinho foi a precursora de uma série de feitos que a tornaram central na rápida promoção do progresso da cidade, trazendo visibilidade nacional, infraestrutura viária, surgimento de outras feiras e valorização do agricultor e de nossas tradições. Reverenciá-la é uma forma de mostrar a grandiosidade que ela representa e também de compreender a própria história de Bento Gonçalves”, diz o presidente do CIC-BG, Rogério Capoani.
Como sugere o título da publicação, “Fenavinho – Mais do que uma festa”, mostrará como e por que a celebração em torno da cultura da uva e do vinho fez do evento, além da festa mais importante da cidade, um marco no desenvolvimento econômico do município. O livro, assim, assume um caráter de documento histórico. Até então, não havia uma publicação que reunisse, numa única edição, a trajetória da Fenavinho. “Esse projeto está baseado justamente nesta ausência de um conjunto de informações organizado sobre a festa”, conta o jornalista Fabiano Mazzotti, que assinará a obra em parceria com o também colega de profissão Itacyr Giacomello.
Por promover e, principalmente, preservar a história da Fenavinho, a obra trará uma coleção de depoimentos de personagens que construíram, viveram e participaram da festa. E continuam participando. Toda comunidade pode colaborar para enriquecer o livro a partir de fotografias, recortes de jornais e revistas, suvenires e, claro, da memória que guardam das edições em que vivenciaram atrações como o icônico vinho encanado e o identitário desfile de carros alegóricos.
“Fenavinho – Mais do que uma festa” está em fase de inscrição na Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal. Por esse sistema, é possível as empresas utilizarem parte de seu imposto de renda para patrocinar o projeto – também há a possibilidade de as organizações contribuírem com patrocínio direto.
Tanto Mazzotti, com seis livros publicados, quanto Giacomello, com sua vivência comunitária, têm robustas contribuições ao município. As obras de Mazzotti carregam uma busca por promover um outro olhar sobre a cidade, e não só por ser fotógrafo também, mas por trazer à tona pessoas, personagens, culturas, hábitos e costumes da comunidade onde vive. Isso se comprova em livros como “Aristides Bertuol – O piloto da carretera nº 4”, o recente “Um século alviazul”, sobre o centenário do Clube Esportivo, ou “O livro do capitel”, acerca dos pequenos templos religiosos erguidos em estradas do interior. “A Fenavinho é um autêntico patrimônio imaterial do município e habita o íntimo de diferentes gerações. Por isso, essa obra é necessária pelo significado da Fenavinho na vida das pessoas e por sua contribuição à transformação de Bento Gonçalves”, analisa o autor.
Neste novo livro, novamente aparece outra característica dos projetos de Mazzotti, o trabalho em parceria. O escolhido foi Itacyr Giacomello, um dos mais antigos jornalistas em atividade de Bento Gonçalves. Aos 82 anos, o ex-correspondente do antológico Diário de Notícias – do império Diários Associados de Assis Chateaubriand – foi vereador e integrou diversas diretorias de entidades, como o Clube Ipiranga e a APAE, além de ter desenvolvido íntima relação com a Fenavinho, seja divulgando-a como profissional da imprensa, seja integrando a comissão organizadora da festa. “A Fenavinho representa nossa grandeza como município”, resume Giacomello.
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