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Dieta do Chocolate e Vinho: será que ela funciona?

Saiba os prós e contras dessa mania que tomou conta da Europa e começa a chegar no Brasil

15/12/2018 às 21h01
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Divulgação
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Uma das dietas mais faladas recentemente na Europa se chama "Sirtfood diet" e tem conquistado diversos seguidores por prometer boa forma e vida saudável comendo chocolate e bebendo vinho. No Brasil, ela começa a ganhar vários adeptos. Achou bom demais para ser verdade? Pois é, segundo a nutricionista Patrícia Cruz, é preciso ter cuidado com essa nova onda. "É mais uma dieta da moda e a essência é a restrição calórica. Vai perder peso, mas não se trabalha a boa alimentação ou a reeducação alimentar. E ela é uma mais severa do que as outras dietas da moda porque deixa meia dúzia de alimentos para serem ingeridos em três semanas", afirma a nutricionista. 

Essa dieta prevê, segundo os consultores de alimentação Aidan Goggins e Glen Matten, que um lançaram um livro sobre o assunto ainda não disponível no Brasil, um cardápio a base de alimentos que ativam a sirtuína. Essa substância pertence à família das proteínas e fica dentro de nossas células. Alimentos com o composto bioativo resveratrol, de acordo com Patrícia Cruz, ativam a expressão da sirtuína nas células e, com isso, ela entra em ação. E a sirtuína, como defendem os autores, ajuda a regular o metabolismo, melhora a resposta muscular e trabalha na queima de gordura. Patrícia lembra que a sirtuína também age na apoptose (morte celular). "Por isso dizem que essa substância tem papel na longevidade". 

Onde encontrar esses ativadores?

Eles estão presentes em alimentos como maçã, salsa, alcaparra, chá verde, soja, morango, cebola roxa, rúcula, couve, vinho tinto, azeite, frutas cítricas e o chocolate amargo. Por isso, segundo essa dieta, você pode tanto beber vinho quanto comer chocolate. Mas o ponto questionado pela nutricionista é a quantidade de alimentos ingeridos por dia e a redução drástica de calorias. 

O que comer?

Segundo os autores, a "Sirtfood diet" tem três partes. Na primeira semana, pode-se ingerir até 1000 calorias por dia, dividas em três sucos verdes e uma refeição por dia. Na segunda semana, o número passa para 1500 calorias e são duas refeições e dois sucos verdes. A partir da terceira semana, volta-se a alimentação rotineira, mas sempre buscando um cardápio saudável e com o máximo de produtos que ativem a sirtuína possível. 

Para Googins e Matten, o foco da dieta não é a perda de peso, mas uma vida mais saudável. E um cardápio que inclua maçã, folhas verdes, azeite e até vinho tinto e chocolate amargo (versão recomendada por conter substâncias antioxidantes e que fazem bem ao coração e estimulam o sistema nervoso central) é interessante.

Entretanto, o que preocupa é a restrição extrema no começo da dieta. Como a nutricionista alerta, são duas semanas comendo muito pouco e tendo como base uma alimentação líquida - nota-se pela quantidade de suco verde recomendada. E sabemos que dietas restritivas até podem dar resultado a curto prazo, mas geralmente quem faz, volta a comer ainda mais depois da dieta e tende a engordar - o famoso efeito sanfona. 

A especialista ainda alerta que há poucos estudos sobre a ação da sirtuína. "É mais uma dieta que faz restrições sem que haja evidências. Até mesmo os alimentos ditos como fonte têm pouca referência. Os estudos ainda são controversos quando relacionam restrição calórica com o aumento da transcrição de sirtuína levando a longevidade. Essa dieta ainda precisa de mais estudos”, explica Patrícia.

Não há uma fórmula mágica. Para buscar o peso ideal de maneira saudável é preciso consultar um especialista e fazer um plano alimentar individualizado, afinal, as necessidades calórias variam de pessoa para pessoa. Os resultados irão aparecer e serão mantidos a médio e longo prazo. "Não há ‘sair’ da dieta ou ‘entrar’ em dieta. É preciso organizar horários, prestar atenção na quantidade de água e começar a fazer um diário alimentar de todos os alimentos consumidos ao longo do dia”, resume Patrícia Cruz. 

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