A situação das empresas gaúchas da gastronomia e da hospedagem se torna cada vez mais grave com o atual cenário de saúde e econômico. Com esse panorama preocupante, os setores levaram para a reunião da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa do RS os relatos que refletem a crise, além de propostas de soluções no sentido de linhas de crédito e incentivo financeiro.
A reunião foi conduzida pelo presidente da Comissão, deputado estadual Zé Nunes, e contou com a presença do presidente da AL, Gabriel Souza. Os setores econômicos foram representados pelo presidente do Sindha - Sindicato de Hospedagem e Alimentação de POA e Região, Henry Chmelnitsky, que reuniu informações dos 13 sindicatos patronais do setor no Rio Grande do Sul, com a intenção de que os deputados abram um caminho de medidas junto ao Governo do Estado.
"A AL tem sido proativa e sensível às nossas questões, e neste momento temos que usar todas as forças disponíveis. O interior como um todo está passando pela mesma situação. Com um panorama de "abre e fecha", reduzimos consideravelmente a clientela e só assistimos decisões paliativas. Esse setor não tem gordura, ele paga, com a venda de ontem, a matéria-prima de amanhã. Todas as nossas reservas já se foram, muitos dos patrimônios estão sendo utilizados para manter negócios abertos. Foi sendo criada uma corrente de endividamento na expectativa de que as coisas iriam mudar", relatou Chmelnitsky.
Ele também destacou o "abismo" atual. "Nossa categoria é a maior geradora de mão-de-obra do primeiro emprego, mas agora está à beira do abismo. O faturamento das empresas da gastronomia sequer ultrapassa 50% em comparação ao período pré-pandemia. E a hotelaria está tendo uma ocupação que não chega a 10% da sua capacidade. Hoje encaramos demissões e fechamentos, além da baixa oferta de novos financiamentos. Vivemos uma exceção, e assim também deveriam ser tratados os créditos. Precisamos, definitivamente, de socorro", alerta o presidente do Sindha.
Deputados como Zé Nunes e Frederico Antunes, reconhecendo o setor como um dos mais atingidos, criticaram a falta de suporte por parte dos bancos e a Comissão como um todo prometeu levar as demandas para audiência pública, com a busca de linhas de crédito emergenciais específicas para o setor junto aos bancos estaduais, assim como o parcelamento nos débitos dos serviços públicos ICM.
RAIO-X DO SETOR DE GASTRONOMIA E HOSPEDAGEM
- 13 sindicatos patronais no RS
- 25 mil negócios (gastronomia, hospedagem, bares e casas noturnas)
- 220 mil empregos diretos + sustento de cerca de 880 mil pessoas
SUGESTÕES APRESENTADAS PELA GASTRONOMIA E HOSPEDAGEM
BANCOS:
- Linhas estruturantes de LP com até 24 meses de carência. Parte garantia FG e parte recebíveis + aval;
- Operações em andamento absorvidas por esta nova linha, abrindo espaço no fluxo de caixa, inclusive para novos investimentos;
- Percentual da linha condicionada a manutenção parcial dos empregos;
- REFIZ modelo 1 com percentual sobre a venda visando caber no fluxo presente e passado;
- Débitos Serviços Públicos financiados em 60 meses com carência de 12 meses;
- REFAZ modelo 1 com percentual sobre a venda visando caber no fluxo presente e passado;
- ICMS pandemia transferido para 2022 e reparcelados em 24 meses da data da CDA.
NOVOS INVESTIMENTOS:
- Focados no TURISMO:
1. Centro de Convenções de POA
2. Projeto integrado Serra, Capital, Fronteira, Missões e Turismo Universitário
3. Formação adequada de mão-de-obra
- PRESSUPOSTO:
Vontade política, tornando a Secretaria do Turismo um projeto de Estado, logo, benchmark para as ações futuras.
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