O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, classificou como gincana jurídica o embróglio envolvendo a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva relacionadas à Operação Lava Jato. A decisão tomada de maneira individual (monocrática) pelo ministro Edson Fachin deixa o petista elegível.
"O que eu posso te dizer é que a imensa maioria do povo Brasileiro é constituída de homens e mulheres de bem. [...] Todos, sem exceção, procuram se basear em princípios da ética, da moral, dos bons costumes, respeita a honestidade, a integridade, a probidade das pessoas. E os homens públicos tem que se pautar por isso. Então independente da gincana jurídica que seja feita, anula processo, anula prova, a realidade é a seguinte: Contra fatos, não há argumentos. Então é isso que a gente vai aguardar que aconteça no futuro", afirmou o general da reserva do Exército.
As condenações anuladas são relacionadas a Justiça Federal no Paraná no âmbito da operação Lava Jato: triplex do Guarujá, sítio de Atibaia e doações ao Instituto Lula. Na avaliação do ministro, as ações não poderiam ter corrido em Curitiba porque os fatos apontados não têm relação direta com o esquema de desvios na Petrobras. Agora, as ações serão analisadas pela Justiça Federal do Distrito Federal.
Mourão preferiu não traçar um cenário para 2022 com Lula podendo, neste momento, concorrer às eleições presidenciais.
"Primeiro lugar tem muita espuma nesse chopp ainda, tem que ser decantado isso. Tem muita gente fazendo analise prospectiva por mera extrapolação de tendência. Não se faz analise prospectiva assim. Tem que esperar todas as consequências, todas as decorrências. Tem muita coisa ainda para rolar, não se pode tomar nenhuma... vamos dizer assim: 'Isso vai ser assim, vai ser assado'; 'o Presidente Bolsonaro não vai concorrer, presidente Lula vai concorrer'. Tem que aguarda isso aí tudo."
E, indiretamente, criticou a decisão monocrática de Fachin. "A decisão não foi do STF, decisão foi do Ministro Fachin."