A vacinação contra a Covid-19 vem acontecendo em todo o Brasil desde o mês de janeiro e, em Bento Gonçalves chegou aos idosos nestes final de semana. Centenas deles já foram vacinados no sistema de drive-thru montado no pavilhão E da Fundaparque. Porém, os familiares dos vacinados devem ficar atentos: especialistas garantem que, mesmo com a vacinação, a imunidade contra o coronavírus não é imediata.
Uma das provas disso aconteceu na cidade paulista de Guaratinguetá, onde um idoso de 76 anos, morador de uma casa de repouso, foi vacinado no dia 25 de janeiro e morreu com sintomas provocados pela Covid-19 no dia 6 de fevereiro, 11 dias após a aplicação da vacina. Logo surgiram postagens dos familiares do idoso questionando a eficácia da vacina Coronavac.
De acordo com o o virologista do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG, Flávio Fonseca, o teste RT-PCR detecta o RNA do vírus na amostra do paciente, mas o vírus inativo aplicado na vacina não contém o RNA viral. Dessa forma, a inoculação do imunizante não permitiria ao exame detectar o material do coronavírus. Ele ainda destaca que somente a primeira dose não confere imunidade. Ele alerta que após vacinadas as pessoas ainda precisam manter a “guarda elevada” contra o vírus e seguir regras de prevenção, como o uso de máscaras e a prática do distanciamento social.
O site do Instituto Butantan também ressalta que, mesmo após a segunda aplicação, a imunidade contra o novo coronavírus não é desencadeada imediatamente. “Caso uma pessoa tenha covid-19 logo após se imunizar, isso não significa que a vacina não funcionou, mas que seu o sistema imunológico ainda não teve tempo para criar a resposta imune”, diz o instituto paulista. A página reafirma a necessidade de manter medidas de segurança, como o uso de máscara e a higienização constante das mãos.
A imunidade não começa imediatamente
Leva um tempo para as vacinas desenvolverem imunidade no organismo, e as duas vacinas autorizadas contra o coronavírus requerem duas doses, administradas com várias semanas de intervalo, para treinar o sistema imunológico do corpo. As pessoas podem ser expostas ao coronavírus logo antes de serem vacinadas, ou logo depois, e não haverá tempo para o corpo desenvolver suas defesas.
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDCs) dos EUA afirmam que adquirir imunidade “normalmente leva algumas semanas”. “É possível que uma pessoa esteja infectada com o vírus que causa a Covid-19 antes ou logo após a vacinação e ainda fique doente”, diz o CDC.
O número de eficácia de 95% para as vacinas da Covid-19 também pressupõe algum tempo de espera embutido. A Moderna mediu a eficácia de sua vacina começando 14 dias após a segunda dose, enquanto a Pfizer mediu começando sete dias após a segunda dose.
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