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Setor moveleiro teve o maior crescimento em volume de vendas em 2020

Embora os resultados do varejo sejam muito positivos para o segmento moveleiro, as indústrias e toda a cadeia produtiva ainda enfrentam uma conjuntura bastante desafiadora.

14/02/2021 às 11h38 Atualizada em 20/02/2021 às 12h25
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Divulgação
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O comércio de móveis no Brasil confirmou a tendência dos últimos meses e foi o segmento que apresentou o maior crescimento no volume de vendas, em 2020. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Comparadas a 2019, as vendas tiveram uma variação acumulada de 11,9%. Na análise por estados, São Paulo, Bahia, Paraná, Distrito Federal e Rio de Janeiro cresceram mais que a média nacional; enquanto o Rio Grande do Sul ficou praticamente estagnado, com crescimento de 0,3% no ano.  

Embora os resultados do varejo sejam muito positivos para o segmento moveleiro, as indústrias e toda a cadeia produtiva ainda enfrentam uma conjuntura bastante desafiadora. A retração de 6,1% do varejo restrito em dezembro, frente a novembro, é a segunda pior taxa mensal da série histórica da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), iniciada em 2000, e o pior resultado para dezembro. Com isso, o varejo restrito praticamente zera os ganhos que tinham sido registrados nos meses anteriores, o que compensava a retração do período mais intenso da pandemia da Covid-19. Influenciado pelo auxílio emergencial, o setor de hipermercados e supermercados, por exemplo, cresceu 4,8% em 2020, enquanto no ano anterior, tinha avançado apenas 0,4%. O desempenho poderia ter sido melhor se a inflação não tivesse impactado tanto nos últimos meses do ano. “O fim do auxílio emergencial, a aceleração no ritmo da pandemia nos últimos meses e novas medidas restritivas impõem dificuldades para a retomada econômica e são apontadas como fatores decisivos para caracterizar esse cenário”, observa Eduardo Santarossa, da área de Inteligência Comercial do Sindmóveis/Movergs.

A pandemia, portanto, segue sendo a causa central sobre o desempenho da economia no ano passado. O setor moveleiro, especificamente, registrou descompasso entre a oferta e a demanda alta por mobiliário, quando a produção não conseguiu acompanhar as vendas. “Houve uma mudança no comportamento do consumidor, que ficou mais tempo em casa e muitas atividades passaram a ser desenvolvidas no formato home office”, lembra Rogério Francio, presidente da Associação das Indústrias de Móveis, do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs). Mesmo com a trajetória de crescimento, iniciada no segundo semestre de 2020, o setor não recuperou todas suas perdas, sendo a expressiva alta dos preços dos insumos e a falta de matéria-prima os principais entraves. “Mas a indústria moveleira segue aquecida, movida pela alta demanda do mobiliário e estoques em baixa. Apesar do ambiente instável que se apresenta no início de 2021, a expectativa ainda é otimista”, acrescenta Eduardo Santarossa.

Produção industrial no segmento moveleiro

O Rio Grande do Sul encerrou o quarto trimestre de 2020, praticamente, estável em relação ao mesmo período de 2019, com uma queda de 0,3%. No ano, os números da produção industrial representaram redução de 10%. Já no cenário nacional, o quarto trimestre teve um crescimento de 8,1% em comparação ao ano anterior e, portanto, uma queda de 3,8% no ano. A volatilidade do mercado desperta preocupações, devendo-se atentar para alguns riscos macroeconômicos derivados do alto endividamento do governo, incertezas sobre políticas fiscais em 2021, bem como as incertezas relativas ao controle da pandemia e o ritmo da vacinação. 

Em termos gerais, a produção industrial avançou 0,9% na passagem de novembro para dezembro de 2020. Na comparação de dezembro do ano passado com igual mês de 2019 o setor industrial cresceu 8,2%. As principais influências foram registradas nos setores de veículos Automotores, Reboques e Carrocerias (22,6%), Máquinas e Equipamentos (37,4%) e Metalurgia (28,9%). Entre os ramos que também assinalaram impactos positivos importantes foram: Produtos Farmoquímicos e Farmacêuticos (17,5%), Couro, Artigos para Viagem e Calçados (21,5%), Produtos de Madeira (16,8%) e Móveis (16,3%).

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