17°C 27°C
Bento Gonçalves, RS
Publicidade

Preparador físico Gian Oliveira: do futebol amador de Bento à elite do Brasileirão

Profissional teve papel preponderante na comissão técnica que fez parte do acesso do Juventude à elite do futebol nacional.

04/02/2021 às 11h31 Atualizada em 10/02/2021 às 13h48
Por: Marcelo Dargelio Fonte: NB Notícias
Compartilhe:
Arthur Dallegrave/E.C. Juventude
Arthur Dallegrave/E.C. Juventude

Dos gramados do interior de Bento Gonçalves, o preparador físico Gian Oliveira iniciou a sua trajetória no futebol. Hoje, com cerca de duas décadas de experiência no esporte, o profissional comemora o tão sonhado acesso à elite do futebol brasileiro com o Juventude, tendo um papel preponderante na comissão técnica na preparação física e na prevenção de lesões, as quais atormentavam o clube no início da temporada. 

O preparador físico iniciou sua trajetória no futebol amador, fazendo parte das comissões técnicas do 8 da Graciema e do Flamengo de São Valentim, atuando no Estadual de Amadores. Em paralelo, Gian trabalhou na base do Clube Esportivo, no qual posteriormente fez parte da comissão técnica do time profissional ao lado do treinador Nairo Pivatto. 

Após passagens por clubes do interior, Gian vestiu a camisa de clubes tradicionais do futebol brasileiro, como o Campinense, onde foi vice-campeão da Copa do Nordeste, Luverdense, Santa Cruz e CRB, atuando na Série B do Campeonato Brasileiro. No Juventude, o preparador físico, natural de Guaporé e morador de Bento, chegou em meio à pandemia junto com o treinador Pintado. Juntos levaram o clube à elite do futebol nacional em 2021. 

“É um sentimento indescritível”, afirma Gian

No primeiro acesso do Juventude, o clube contou com o patrocínio da Parmalat e com jogadores emprestados do Palmeiras, fatores que foram relevantes para colocar o alviverde na primeira divisão. Nesta temporada, no entanto, o clube teve uma das melhores folhas salariais da Série B. 

“É um sentimento indescritível fazer parte dessa caminhada que resultou no acesso. O sentimento dos diretores, aqueles mais antigos, que estiveram presentes principalmente no primeiro acesso, comentaram que esse acesso foi algo indescritível. Tivemos uma das menores folhas salariais da Série B e foi uma caminhada bem sofrida, mas que resultou no tão almejado acesso”, explica.


Segundo o preparador físico, a regularidade foi uma das principais características da campanha protagonizada pelo Juventude durante o campeonato. “Na maior parte das rodadas estivemos ou no G4 ou próximo do G4. Perdemos dois jogos seguidos apenas na parte final”, comenta Gian.

Ele cita dois momentos marcantes na caminhada pelo acesso, ambas situações de dificuldades, mas que foram logo revertidas. No início do campeonato, Gian relata que o clube deu uma oscilada e não vinha com uma boa performance. Na parte final da competição, as derrotas para o Brasil de Pelotas e para o Avaí, de goleada, também se tornaram um momento crítico. 

Na penúltima rodada, o jogo diante do Figueirense ficou marcado na história. “Nessa sequência tínhamos que ganhar do Figueirense, e foi aquele jogo histórico. Tomamos um gol aos 39 minutos, empatamos aos 43 e viramos aos 49 do segundo tempo praticamente no último lance conseguimos ganhar o jogo”, relata. A vitória sobre o time catarinense colocou o alviverde de volta ao G4 restando uma rodada para o término do campeonato. 

A preparação física do grupo:

Apesar da média de idade alta do elenco, o preparador físico Gian destaca que o grupo se sobressaiu dentro de campo fisicamente e, sobretudo na recuperação de atletas. “Tivemos um primeiro semestre em que o Juventude sofreu demais com as lesões graves. A partir da minha chegada, nesse momento de pandemia, no qual era uma situação nova para nós, tivemos que trabalhar, num primeiro momento, de forma separada. Nós utilizamos o Gauchão ainda como laboratório, buscando a melhor condição física”, pondera. 

Diante da jornada repleta de jogos sem praticamente nenhum descanso entre uma rodada e outra, Gian teve como desafio manter o bom preparo físico do elenco para os confrontos de alto nível na Série B. “Foi a maior loucura que já vivi. Três jogos por semana. Mas não tivemos problemas de lesões. Vou citar um nome: Renato Cajá. Ele fez o ano todo sem ter nenhuma lesão, sem nenhum desconforto muscular, com uma performance muito boa, dentro do peso, isso tudo resultou na performance alta e foi coroado com o gol que nos deu a classificação”, ressalta o profissional.


Com o acesso garantido, Gian, que há 14 anos fazia parte da comissão técnica da base e do profissional do Clube Esportivo, após passar pelo futebol amador da cidade, terá a sua primeira oportunidade na elite do futebol brasileiro. 

“A caminhada começou aqui em Bento, praticamente no amador da cidade. Depois fui para o Clube Esportivo e rodei por outros clubes. Chega no momento que estou indo para a Série A, a responsabilidade aumenta, mas onde comecei até agora, a caminhada foi bem longa. Neste período o nível de conhecimento que você vai adquirindo, a experiência, as situações que você vai vivendo, isso tudo vai formando o profissional e também o caráter da pessoa”, destaca o preparador físico. 

O técnico do acesso, Pintado, já se despediu do clube para comandar a Ferroviária-SP. Gian ainda segue em tratativas com o clube alviverde para a sua renovação de contrato para a próxima temporada. 

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários