Quando a perda grande de fios é notada, normalmente, está em um estágio avançado, a ponto de fazer a pessoa que se percebe com o problema acreditar que foi de uma hora para outra que a queda de cabelo surgiu, e de forma avassaladora. A queda capilar é sintoma de alguns problemas que podem acometer a saúde em geral e, isoladamente, o couro cabeludo, um deles é chamado eflúvio telógeno, caracterizado pela perda volumosa de cabelo e que pode tomar toda a área do couro cabeludo.
Embora seja facilmente notado, quem diagnostica o eflúvio telógeno é um especialista: o tricologista. Esse profissional é quem estuda as especificidades dos pelos, cabelos e couro cabeludo, os distúrbios e problemas que os acometem para assim trata-los. E foi direto na fonte que fomos buscar informações. Dr Ademir Leite Junior, médico, tricologista e presidente da Academia Brasileira de Tricologia listou 9 causas comuns para o eflúvio telógeno. Confira:
Alguma doença que tenha acompanhado febre ou comprometimento da imunidade;
Dr Ademir alerta para o aumento do problema causado pela pandemia de Covid-19. Com os relatos em consultório ele identificou que, além de todo o transtorno para a recuperação da saúde, a reversão da queda capilar também é um desafio para o paciente, pois ainda não houve tempo hábil para a classe científica mapear por quanto tempo o tratamento precisará perdurar para reverter o quadro. E também porque o eflúvio telógeno pós Covid-19 engloba outros fatores listados em tópicos a seguir.
Problemas de saúde crônicos como inflamações de articulações, hipotireoidismo, diabetes, entre outros;
Para o tricologista, é uma abordagem inteligente tratar o eflúvio telógeno em conjunto com o problema crônico que o paciente apresenta. Cada especialista na sua área vai encontrar o que individualmente gera melhores resultados e o que não interfere prejudicialmente em cada tratamento.
Alterações hormonais causadas por mudanças importantes dos níveis hormonais (fim da gravidez, interrupção de anticoncepcional, menopausa);
Mudanças bruscas nos hábitos alimentares, incluindo dietas extremamente rigorosas;
Para Dr Ademir, nem sempre é fácil explicar para o paciente que adere a dietas radicais o impacto que isso causa na saúde e beleza dos cabelos, inclusive a médio prazo. “As dietas malucas que alguns pacientes fazem por conta própria e o uso indevido e inadequado de laxantes como forma de esvaziar mais rapidamente o trato digestivo, reduzindo a absorção de nutrientes de alimentos ingeridos, podem se enquadrar no perfil de promotores de problemas capilares”. Ele salienta ainda sobre os distúrbios alimentares: “casos de anorexia e bulimia podem estar associados a quedas capilares. Posso garantir que pacientes que sofrem destas condições percebem cabelos mais fracos, mais ralos e com alterações em seu crescimento (crescem muito menos do que o normal) ”.
Alguns medicamentos como remédios para pressão, colesterol, para tratar quadros de epilepsia, antifúngicos, entre tantos outros;
Fato é que a queda capilar aparece entre as reações adversas e efeitos colaterais de alguns medicamentos, mas o especialista alerta que “eles nem sempre ocorrem e estão ali descritos na bula para que possam ajudar ao paciente e ao médico no entendimento de qualquer problema com o medicamento”.
Cirurgias de pequeno ou grande porte;
Problemas do âmbito psicoemocional (perda de familiar, demissão de emprego, fim de relacionamento, entre outros);
Estresse no trabalho ou na vida pessoal;
Nesse ponto e no anterior, Dr Ademir é enfático: “Se o eflúvio telógeno tiver como causa um problema de saúde crônico ou alguma situação que não possa ser modifica naquele momento (estresse, uso de algum medicamento para tratar um problema de saúde grave), então, caberá ao médico que estiver responsável pelos cuidados com a queda capilar buscar soluções para o problema. Mas, que fique claro que a melhor delas seria a eliminação do motivo que causa a queda de cabelos. ”
Sono de baixa qualidade ou doenças do sono (apneia, insônia);
No eflúvio telógeno, se o fator causal foi pontual, aconteceu e ficou no passado, como uma gripe forte ou uma infecção severa, a queda de cabelo se resolve com o tempo, em alguns casos, até mesmo sem a instituição de um tratamento. Ainda assim, a maioria dos médicos opta por prescrever algo para abreviar o tempo de duração do problema.
“Apesar de o eflúvio telógeno ser uma queda capilar que acaba deixando os pacientes desesperados, é pouquíssimo comum causar perda de cabelos definitivas ou que não possam ser recuperadas. E isso ocorre porque quando o fator que levou ao quadro é eliminado, ou fica no passado, os cabelos retomam o crescimento normal e o couro cabeludo se recupera como um todo”, finaliza.
Fonte: Blog O Tricologista (http://otricologista.com/)
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