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Focos do mosquito da dengue atormentam moradores em Bento Gonçalves

O ano de 2020 teve um salto no número de focos do mosquito Aedes Aegypti em relação a 2019. Residentes do bairro Botafogo e Santo Antão reclamam da infestação e da falta de medidas por parte do poder público para coibir o problema.

19/01/2021 às 05h11 Atualizada em 24/01/2021 às 13h47
Por: Marcelo Dargelio Fonte: NB Notícias
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Divulgação
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Gastos com inúmeros repelentes, inseticidas e pomadas, noites sem dormir, alergias e inúmeros mosquitos espalhados no chão: essa é a realidade enfrentada no verão pelo casal Jairo Comin e Jaldete Bez, moradores do bairro Santo Antão. Eles lidam diariamente com o tormento causado pela infestação de mosquitos. Em consulta com a Vigilância Sanitária, confirmou-se a presença de focos do mosquito Aedes Aegypti na região, no entanto, segundo os moradores, nada foi feito de prático para coibir o problema por parte do poder público municipal. 

Os focos de mosquitos da dengue cresceram significativamente no último ano no município. Segundo dados da Vigilância Ambiental, foram encontrados em 2020, no total, 54 focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2019, por sua vez, houve apenas o registro de 33 focos na cidade. Apesar dos inúmeros focos, não houve registro de pessoas que contraíram dengue em Bento Gonçalves. 

Dentre os locais onde focos do mosquito foram encontrados estão os bairros Santo Antão e Botafogo. Os moradores reclamam da presença significativa de mosquitos na região. Segundo Jaldete, em torno de dois a três meses a família começou a notar nuvens de mosquitos próximos de casa. “Em um final de tarde, quando chegamos do trabalho, ao adentrar em nossa residência, notamos muitos, muitos mosquitos. Compramos inseticida e repelente, mas em vão. Na manhã seguinte, capturei dois mosquitos. Coloquei-os em um recipiente de vidro. Ligamos para vigilância sanitária que, prontamente, se deslocou até nossa residência. No dia seguinte, retornaram à ligação, confirmando que realmente se tratava do mosquito da dengue. Não souberam precisar se os mosquitos estavam ou não contaminados”, relata a moradora. 

Jaldete e seu filho são alérgicos a picadas de mosquito, o que aumenta ainda mais o drama da família diante do problema. Segundo o casal, foi feito contato com o poder público solicitando providências, no entanto, até então, nenhuma medida foi tomada. “Está muito difícil conviver com essa situação. Devido à ausência do poder público municipal em dar maior ênfase ao problema, denunciamos o problema ao órgão Estadual responsável”, explica.


De acordo com o casal, a Vigilância efetuou somente duas visitas no local desde que foi relatado o problema ao órgão responsável no município. Ligamos várias vezes para a Vigilância. Informaram que, devido às várias denúncias relatando o caso, estavam se prontificando em resolver. Ocorre que caímos mais uma vez em descaso com o cidadão”, comenta Jaldete.

Segundo a moradora, a Vigilância informou que o setor não contava com pessoas adequadas para o serviço. “Alegaram que não poderiam vir por não ter carro para isso, não ter pessoal adequado para o serviço e que o maquinário para, supostamente, dedetizar pesa mais de 50 kg e que não há pessoal para suportar o peso da mesma”, explica. “Dá vontade até de ir embora daqui”, complementa Jaldete sobre o fato de conviver diariamente com a infestação de mosquitos. 


De acordo com a coordenadora da Vigilância Ambiental, Simone Menegotto, o poder público promove ações de prevenção e tratamento de focos no município. “Sempre há focos de Aedes Aegypti em diversas partes da cidade. Os agentes de endemias fazem ações de prevenção e tratamento desses focos nos bairros”, relata. 

Em resposta ao problema encarado pela família de Jairo e Jaldete e de outras localizadas no bairro Santo Antão e Botafogo, Simone salienta que o setor iniciou os trabalhos a partir desta segunda-feira (18) com agentes de endemias na região. “Hoje foi iniciado o trabalho com os agentes de endemias no bairro Botafogo e temos alguns no Santa Rita. Reforço que os moradores recebam o agente de endemias para que sejam identificados possíveis focos. Quando encontrado foco de Aedes, as ações são de tratamento e eliminação do mesmo para que não continue e ocorra a sua proliferação”, pondera. 

Simone revela que desconhece a informação mencionada pelo casal sobre não haver pessoal qualificado para a realização de medidas no combate aos focos e infestações. “Desconheço essa informação. Temos na Vigilância Ambiental pessoal capacitado para uso do atomizador, porém é feita uma avaliação pelos técnicos e, em conjunto com a 5ªCRS, é feito o trabalho”, comenta.

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