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Pandemia vai exigir novas habilidades dos profissionais em todas as áreas

Áreas como transformação digital, autogestão, resolução de problemas e relacionamento interpessoal se destacam na lista do Fórum Econômico Mundial.

10/01/2021 às 17h32 Atualizada em 18/01/2021 às 12h37
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Estadão Conteúdo/Divulgação
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Em até cinco anos, 40% das habilidades essenciais exigidas atualmente dos profissionais vão mudar. No mesmo período, o tempo gasto em tarefas executadas por seres humanos e máquinas tende a se igualar. As conclusões apontadas no relatório The Future of Jobs 2020, divulgado em outubro pelo Fórum Econômico Mundial, destacam disrupções relacionadas à pandemia, observadas até o momento em 15 setores econômicos de 26 países. O documento também projeta a expectativa de mudança nas habilidades valorizadas no cenário futuro.

As 10 principais a serem desenvolvidas até 2025, segundo o Fórum Econômico, estão relacionadas a fatores como transformação digital, autogestão, resolução de problemas e capacidade de lidar com pessoas. “Percebemos uma combinação de habilidades técnicas e comportamentais na lista, além da tendência das competências ligadas à tecnologia”,  diz Milton Beck, diretor-geral do LinkedIn para a América Latina.

Para Beck, o profissional do futuro deve estar preparado para as mudanças do mercado, que já estão acontecendo e modificando o modo como as empresas montam seus times. “Mais do que conseguir  realizar determinada tarefa, as pessoas precisam saber trabalhar em equipe, pensar de forma criativa e crítica, e se comunicar de maneira efetiva.”

Entre as competências essenciais, algumas vêm ganhando importância nos últimos anos, caso das soft skills. As empresas já perceberam a importância de ter profissionais com habilidades socioemocionais fortes. E começam a modificar seus processos seletivos para identificar talentos nessa área. Às vezes, antes mesmo de fazer uma análise das chamadas hard skills, ligadas ao desempenho técnico. “As empresas perceberam que contratavam por capacidade técnica e, na maioria das vezes, demitiam por comportamento”, conta Luiza Helena Trajano, presidente do conselho do Magazine Luiza. “No Magazine Luiza, começamos a realizar os primeiros testes cegos, nos quais analisam-se os comportamentos. Só depois dessa fase inicia-se a análise técnica.”

TIMES MULTIDISCIPLINARES

Outro aspecto que reforça a importância das soft skills é a forma como as companhias estão se estruturando, em equipes formadas por profissionais de áreas diversas. “Uma habilidade muito valorizada no mercado é a capacidade de trabalhar com perfis diferentes, entendendo que cada um tem pontos fortes e fracos”, diz Lachlan de Crespigny, cofundador da Revelo, startup de recursos humanos. “Você tem de desenvolver um jeito para conseguir se comunicar.”

Além de empresas novas, como o Nubank, o Quinto Andar e a própria Revelo, ele menciona que até organizações tradicionais vêm se adaptando ao modelo. “No Itaú, os novos departamentos já estão sendo criados nesse formato também”, diz Crespigny. 

As soft skills estão dentro dessas atitudes mais positivas de vida. “Tem outro estudo que indica que três fatores muito importantes são compaixão, perdão e gratidão. Antes, quem falava essas coisas era meio ridicularizado. Hoje, é um professor de Stanford que diz”, revela Daniela Diniz, diretora de Conteúdo e Eventos da Great Place to Work (GPTW). O aprendizado contínuo, então, é o caminho natural para o aperfeiçoamento. “Antes, nos 20 primeiros anos, você estudava; nos 35 anos seguintes, trabalhava; e nos 15 anos finais, aproveitava a vida. Hoje, faz tudo junto”, diz Daniela.


DE OLHO EM 2025: HABILIDADES VALORIZADAS

● Pensamento analítico e inovação: capacidades ajudam a planejar e a concretizar projetos para resolver problemas de modo inovador

● Aprendizado ativo: aqui entram atividades de lifelong learning

● Resolução de problemas complexos: quanto maior a habilidade, melhor o profissional vai gerenciar os desafios no mercado

● Pensamento crítico e análise: garantem autonomia e ampliam a capacidade de avaliar e se posicionar diante de diferentes situações

● Criatividade, originalidade e iniciativa: ter ideias fora da caixa é fator de diferenciação

● Liderança e influência social: habilidades são fundamentais para lidar com pessoas e se comunicar bem

● Habilidade tecnológica: em diferentes frentes, como uso, controle e monitoramento

● Autonomia tecnológica: para programação e design tecnológico

● Resiliência, gestão de estresse e flexibilidade: essas três soft skills são muito destacadas também por especialistas

● Raciocínio, solução de problemas e ideação: todas as habilidades que ajudam na solução de problemas vêm ganhando atenção

FONTE: Fórum Econômico Mundial

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