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Mulher, adolescente e criança foram poupados na chacina em Bento

Segundo a Polícia Civil, os três foram levados para outro cômodo enquanto os quatro homens eram executados com tiros na nuca e no rosto, com armas de calibre 12 e 9mm

07/01/2021 às 18h42 Atualizada em 12/01/2021 às 11h58
Por: Marcelo Dargelio Fonte: NB Notícias
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NB Notícias
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Em entrevista coletiva realizada no começo da tarde desta quinta-feira, dia 7, o delegado Clóvis Rodrigues de Souza e a delegada Deise Salton Brancher divulgaram mais informações a respeito da chacina que resultou na morte de quatro pessoas no bairro Municipal, em Bento Gonçalves, na noite desta quarta. Embora afirme ainda não haver "nenhum indício de autoria", a Polícia Civil trata a guerra entre facções do tráfico no município como a principal linha de investigação para tentar elucidar o crime.

Ao apresentar mais detalhes do caso, o delegado explicou que as vítimas foram atingidas, sobretudo, por disparos na nuca e no rosto, com armas de calibre 12 e 9mm, o que provocou um grande dano físico aos corpos. Quando os assassinos chegaram à casa – a pé, mascarados e em número incerto –, também estavam no local uma mulher, um adolescente de 17 anos e uma criança de aproximadamente um ano de idade, parente deste jovem. "Eles entram de uma maneira, de certa forma, tranquila na casa e fazem com que os homens sejam colocados no chão, e esse adolescente, a mulher e a criança, que estavam no sofá, são levados para outro compartimento do prédio. Nesse momento, começam as execuções", relata Souza.

Inicialmente, a perícia recolheu 39 estojos (munições deflagradas) na moradia, mas o total de tiros disparados pode ter sido ainda mais elevado, já que muitos destes cartuchos podem ter se perdido em meio à grande quantidade de sangue, de massa encefálica e de fragmento de ossos que havia na cena do crime. O local da chacina fica a cerca de 300 metros de onde, em junho de 2019, outras cinco pessoas foram executadas.

Em um primeiro momento, a Polícia não conseguiu reunir muitas informações concretas junto a outros moradores da área, não podendo confirmar nem mesmo como ocorreram a chegada e a fuga dos atiradores. O laudo dos peritos, contudo, poderá dar uma luz ao trabalho dos investigadores, sobre o modus operandi dos matadores. "Não só as testemunhas, mas a própria perícia nos auxilia muito. O contexto, as circunstâncias em que o fato ocorreu, a perícia também nos revela muito sobre isso", destaca a delegada Deise.

Os mortos
A casa que foi cenário das execuções era de propriedade de Jair de Quadros Batista, de 48 anos, um dos mortos. Natural de Frederico Westphalen, ele tinha antecedentes por lesão corporal, receptação, ameaça e furto qualificado, em cidades como Canoas, Bento Gonçalves, Montenegro, Carlos Barbosa e Portão. 

Há cerca de três meses, ele também abrigava o irmão, Sérgio Batista, de 50 anos, foragido do sistema prisional que havia rompido a tornozeleira eletrônica. Também natural de Frederico Westphalen, ele já havia morado em Bento em outra ocasião, e tinha antecedentes por furtos e tráfico em locais como Novo Hamburgo, São Sebastião do Caí e São Leopoldo.

Junto com Sérgio, estava o seu filho e sobrinho de Jair, Everton da Silva Batista, de 19 anos, que havia chegado a Bento no final de ano. Natural de São Leopoldo, ele já tinha um antecedente por tráfico. A companheira de Everton seria a mulher que foi poupada no ataque, de idade não informada.

O primo de Everton, Leandro Batista Alves, também de 19 anos, foi a quarta vítima. Assim, como Everton, ele estava em Bento desde o final do ano. Leandro tem um antecedente por posse de entorpecente.

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