Alegria de pobre dura pouco, diz o ditado. E, se ele for brasileiro, mais ainda. Na expectativa pela chegada das vacinas, o Brasil corre um sério risco de não ter agulhas e seringas suficientes para vacinar a população. Isso acontece, porque o Governo Federal, até o momento, adquiriu apenas 2,4% de insumos necessários para garantir a vacinação. Prevendo uma calamidade na procura por agulhas e seringas, a prefeitura de Bento Gonçalves se antecipou e já fez a reserva de uma grande quantidade de kits para garantir a vacinação dos bento-gonçalvenses.
Antevendo uma possível dificuldade na aquisição de seringas e agulhas nos próximos meses devido à alta demanda mundial pelos insumos, a Secretaria Municipal de Saúde já dispõe um estoque de 65 mil kits com seringa e agulha. De acordo com o coordenador médico da SMS, Marco Antônio Ebert, a Secretaria Municipal de Saúde possui equipes com experiência em campanhas de vacinação, o que permite inclusive a montagem de postos volantes e outras estratégias de aplicação. O município esteve representado pela Famurs na assinatura do termo de intenções para aquisição de doses da CoronaVac, no início do mês, com Instituto Butantan, realizado em São Paulo, porém aguarda uma politica nacional de vacinação.
Situação de falta de agulhas e seringas é preocupante
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo Lula, afirmou em entrevista ao jornal O Globo que o país corre “risco real” de ter vacina e não agulhas o suficiente para vacinar a população. O entendimento é referendado por médicos, pela própria indústria e pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs). "A gente tem o melhor programa de imunização no mundo, e infelizmente ficamos atrás na vacinação da covid-19, inclusive nos insumos necessários. A gente entende que o ministério demorou muito para essa aquisição. Nesse momento em que todo mundo está atrás de seringas, vai acontecer o mesmo que aconteceu com respiradores. A gente vai acabar não encontrando porque não temos produção adequada para essa demanda, e sabíamos disso há meses", afirmou o presidente do Conass.
Em planejamento prévio feito com base na campanha de vacinação contra a gripe, o Ministério da Saúde projeta que o Rio Grande do Sul vacinará 4,1 milhões de pessoas em grupos prioritários contra o coronavírus. Na primeira etapa, seriam 971 mil pessoas. A Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou, no início de dezembro, que possui 4,2 milhões de seringas, o que permitiria vacinar os primeiros grupos prioritários.
Mín. 15° Máx. 18°