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Covid-19: "Podemos pecar pela ação, mas não pela omissão", diz presidente da Amesne

José Carlos Breda, prefeito de Cotiporã, reforça o alerta para que a Serra mantenha as ações de prevenção à Covid-19 em meio às festas de fim de ano, sob o risco de "pagar muito caro logo ali na frente" caso haja uma flexibilização descontrolada

22/12/2020 às 20h25 Atualizada em 28/12/2020 às 11h09
Por: Marcelo Dargelio Fonte: Jorge Bronzato Jr./NB Notícias
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Reprodução/Facebook Amesne
Reprodução/Facebook Amesne

Ao anunciar o novo modelo de cogestão que pode ser adotado pela Serra Gaúcha junto ao Estado nos protocolos de prevenção e combate à Covid-19, o presidente da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), José Carlos Breda, reforçou o alerta de que ainda é preciso estar atento ao crescimento dos indicadores relacionados ao coronavírus, mesmo diante da possibilidade de um eventual afrouxamento das restrições.  O novo formato permite, por exemplo, que no caso de uma bandeira vermelha, as cidades que aderirem ao sistema possam empregar regras um pouco mais flexíveis, mas não a ponto de chegar à laranja – trata-se de um patamar intermediário.

Nesse sentido, Breda entende que o avanço da pandemia na região, demonstrado pelos dados das últimas semanas, justifica que se mantenha um rigor nas normas, mesmo durante as festas de final de ano. Com a atualização, as prefeituras que utilizarem os novos regramentos podem gerenciar suas cartilhas dentro do previsto no projeto, mas nunca autorizando um nível maior de liberação do que o previsto no texto. "Se flexibilizarmos demais, pode passar uma mensagem de que está tudo bem, e sabemos que não está. Mas, assim, cada prefeito pode se adaptar conforme a sua realidade", pondera Breda, que é prefeito de Cotiporã.

Ele salienta que o modelo de cogestão anterior usada pela Amesne já trabalhava com a ideia de um "meio-termo", para garantir um equilíbrio entre a manutenção da atividade econômica e as ações para impedir a disseminação do vírus. "O que sabemos é que só flexibilizar se torna quase uma irresponsabilidade. Se flexibilizar de um lado, tem que criar mecanismos de controle de outro, principalmente neste momento em que estamos. Se nos permitirmos aproveitar mais do que devemos agora, vamos pagar muito caro logo ali na frente. Sabemos que é um período de festas, mas precisamos pensar no futuro. Podemos pecar pela ação, mas não pela omissão", avalia.

Essa análise individualizada de cada município, segundo Breda, é o que permite que as adequações tenham condições de surtir mais efeito de acordo com o contexto específico em que são aplicadas. "Todas as decisões que tomamos tem sido fundamentadas em um trabalho técnico muito bem elaborado, que vem amadurecendo ao longo desses nove meses. É essa ferramenta que nos dá um norte, que nos orienta. Ela é fundamental, porque conta inclusive com todas as estatísticas coletadas nesse tempo. Do outro lado, temos também a parte que fica a cargo de cada gestor, que é de tentar conciliar essa fórmula com a situação vivenciada em cada local", acrescenta.

Sobre o recorte atual, de um período que é considerado um dos mais críticos desde o início da pandemia, Breda entende que as ocasiões anteriores de maior flexibilização contribuíram para se chegar ao quadro vivido agora. Passado o inverno, temido como aquele que poderia ser o pico de contaminações, hospitalizações e mortes, sobretudo pelas baixas temperaturas nas região serrana, fica a mensagem de que . "Nós, os próprios administradores, relaxamos, porque acreditamos que realmente estava tudo estabilizado. Isso acabou acontecendo de uma forma geral. E aí, o vírus mostrou que foi tudo de maneira inversa ao que havíamos imaginado, e agora chegamos a essa condição. Não dá para descartar que possamos ter uma bandeira preta daqui para frente, mas acredito que já é a hora de termos aprendido a lição", conclui o presidente da Amesne, que permanece no cargo até março de 2021.

>>> Até o final da tarde desta terça-feira, dia 21, a prefeitura de Bento Gonçalves ainda não havia confirmado a adesão ao novo modelo de cogestão proposto pela Amesne. Segundo a assessoria de comunicação, o assunto estava sendo discutido junto ao comitê local de atenção ao coronavírus, mas as regras vigentes ainda não haviam sido alteradas.

>>> CONFIRA AQUI os detalhes do novo modelo de cogestão.

>>>ASSISTA AO VÍDEO divulgado pela Amesne.

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