Bento Gonçalves ultrapassa os 500 casos ativos de Covid-19

O momento é de tensão em relação à disseminação do coronavírus em Bento Gonçalves. Os próximos 10 dias podem ser cruciais para que aconteça, ou não, um colapso no sistema de saúde do município. As festas de final de ano devem provocar ainda mais aglomerações de todos os tipos na cidade o que pode provocar um aumento considerável no número de contaminados pela Covid-19 e provocar uma sobrecarga nos atendimentos nas unidades de saúde na Capital do Vinho.

Neste domingo, 21, centenas de pessoas invadiram a área central de Bento Gonçalves para fazer suas compras. O índice de aglomeração era gigantesco. As três primeiras semanas de dezembro foram de um aumento considerável no número de atendimentos de pessoas com sintomas da Covid-19 na Capital do Vinho. O fim de semana, que anteriormente registrava baixo número de infectados, também vem mudando de comportamento. Nas últimas 48 horas, Bento Gonçalves registrou 120 novos casos positivos para a doença. A Capital do Vinho soma no total, 510 casos ativos.

Deste total, a maioria, 466 pessoas, estão em isolamento domiciliar e são consideradas bem de saúde. Todas são monitoradas pela Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde. Porém, aumentaram o número de internações nos últimos dias. Agora são 24 pessoas internadas no hospital e outras 20 na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). 

Os casos suspeitos também voltaram a aumentar e já são 913 pessoas aguardando resultado dos testes realizados. Ainda há 6 pessoas internadas na UPA 24 Horas e duas na UTI do Hospital. O Ambulatório de Campanha montado pela prefeitura em frente à UPA teve que mudar o sistema de atendimento, devido ao grande volume de pessoas que estão procurando o local. Agora os testes para Covid-19 estão sendo feitos mediante agendamento, para dar conta de atender todo mundo.

O mesmo acontece com o Hospital Tacchini. A casa de saúde viu no mês de dezembro a média diária de atendimentos crescer 193%.  De acordo com a diretora de divisão hospitalar do Tacchini Sistema de Saúde, Roberta Pozza, a análise da curva de contágio de países europeus sugeria um aumento de casos no Brasil a partir do dia 15 de dezembro. O mesmo estudo apontava a possibilidades do contágio ganhar velocidade e atingir seu pico nos primeiros dias de janeiro. Contudo, o aumento de atendimentos chegou antes do esperado, o que traz ainda mais preocupação para as próximas semanas.  “Temos um potencial de infecção gigantesco. Se considerarmos que o ciclo de manifestação da doença é de 7 a 10 dias. Nós vamos ter um primeiro ciclo no Natal e quando ele estiver terminando, teremos o Réveillon. Nesse período, as pessoas podem estar assintomáticas, mas ainda assim serem vetores de contaminação”, descreve a médica.