A atleta bento-gonçalvense Hélen Spadari, moradora de Pinto Bandeira, terminou o ano de 2020 com resultados expressivos a nível nacional. Em sua primeira temporada na categoria adulta, a jovem de 23 anos alcançou o 4º lugar na prova dos 3000m com obstáculos no Troféu Brasil de Atletismo, realizado entre os dias 10 e 13 de dezembro, no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo-SP. Com o resultado, a atleta melhorou a sua marca e finalizou o ano entre as quatro melhores atletas do Brasil em sua categoria.
No ano passado, Hélen havia conquistado o 5º lugar no Troféu Brasil e o topo da Ranking na categoria sub-23. Na edição de 2020 da competição nacional, apenas três segundos separaram a atleta do pódio da prova dos 3000m com obstáculos. Apesar disso, a bento-gonçalvense comemorou o resultado e a evolução na sua marca e, sobretudo, na sua ascensão ao quarto lugar.
A jovem atleta pondera que, mesmo com a pandemia, as provas foram muito competitivas e exigiram um alto nível dos participantes. “Foi um resultado muito positivo, pois pude melhorar minha marca. Fiquei atrás da terceira colocada do pódio com três segundos de diferença. Consegui fazer uma prova na qual me senti bem. Sai mais atrás e fui buscando. No último quilômetro comecei a aumentar um pouco mais, com um ritmo mais forte, e todos estavam acreditando que eu podia passar dela, mas foi por pouquinho mesmo. Foi um Troféu Brasil até com algumas provas e resultados mais fortes que o ano passado”, explica.
Além de sua prova de especialidade, Hélen também disputou os 1300m livres, porém não alcançou o pódio da competição.
Um ano de mudanças e evolução
Em 2020, Hélen trocou de equipe e passou a representar Campo Mourão, do Paraná, nas competições de atletismo. Além disso, também contou com uma mudança nos seus treinamentos com o seu novo treinador, Alex Lopes. “Passei um ano com várias mudanças. Troquei de equipe e também troquei de treinador. Mudou a metodologia de treino totalmente da água para o vinho. Eu tinha um volume muito baixo em uma maior intensidade e, com esse treinador, estou fazendo muito mais volume com uma intensidade diferenciada. Pude evoluir bastante. Foi um ano que senti uma melhora muito grande, e os resultados estão aí. Tive duas melhoras seguidas no obstáculo”, relata.
Hélen já havia melhorado a sua marca nos 3000m com obstáculos em uma prova realizada em Bragança Paulista, no dia 11 de novembro. Agora, no Troféu Brasil, a atleta novamente demonstrou evolução nas pistas. “Fiquei feliz por estar voltando a competir e ter melhorado novamente a minha marca. Acho que foi uma das competições que mais me senti feliz, apesar de não ter chego no pódio, mas ter chegado muito próximo”, comenta a atleta.
Adaptação nos treinamentos
Em meio à pandemia, Hélen encontrou dificuldades para dar seguimento aos seus treinamentos por conta da falta de um local apropriado. A atleta comenta que estava treinando em um campo de futebol próximo de sua casa, mas a associação que cuida do local não permitiu mais a realização dos seus trabalhos.
Com isso, a atleta teve que improvisar. Com a ajuda de seu pai e sua irmã, os quais também são maratonistas, Hélen e sua família construíram uma pista no terreno de casa. “Os meus treinos foram mantidos na minha casa mesmo. Tivemos que investir fazendo uma pista no nosso terreno. Agora não somente eu, mas meu pai e minha irmã também estão treinando na pista que fizemos em nosso próprio terreno, no potreiro, para ser mais direta. Não recebo para ser realmente uma atleta para buscar um local adequado, então fazemos ajustes”, ressalta.
Enquanto que em São Paulo e demais Estados já haviam competições de atletismo sendo realizadas desde setembro, no Rio Grande do Sul não ocorreu nenhuma. Hélen relata que a sua participação em Bragança Paulista foi preponderante para obter um resultado satisfatório no Troféu Brasil. “Assim que eu participei no dia 11 de novembro fiquei mais tranquila, pois não entraria no Troféu Brasil sem ter feito nenhum obstáculo. A prova de obstáculo é muito técnica, e não tenho acesso ao fosso, à pista, e os obstáculos que eu treino são feitos por mim e pelo meu pai, de madeira”, explica Hélen.
Além de sua pista “caseira”, Hélen contou com o auxílio do 6º Batalhão de Comunicações para a realização de treinamentos nas semanas que antecederam as provas. “A pista que construímos tem 250m e a pista oficial tem 400m. A dificuldade que encontramos foi não treinar em uma pista, em específico, em pista sintética. É diferente, o piso muda muito, a biomecânica e mesmo a troca de energia dentro do músculo é diferente, e acabo sentindo um pouco”, explica.
Apesar disso, não faltou suor derramado durante essa pandemia para que os bons resultados fossem atingidos. Com o quarto lugar no ranking, Hélen relata que tem boas expectativas para o próximo ano. “Saio daqui muito feliz e ciente de que posso melhorar”, comenta a atleta, que agradeceu ao apoio da comunidade de Pinto Bandeira e da torcida.
Mín. 17° Máx. 27°