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Saiba quem é o indivíduo que comandava o tráfico de dentro do presídio de Bento Gonçalves

Homem de 34 anos é considerado um dos integrantes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e usava celulares sem restrições dentro da casa de detenção.

13/12/2020 às 11h28 Atualizada em 20/12/2020 às 11h43
Por: Marcelo Dargelio Fonte: NB Notícias
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Divulgação
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É um integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) o indivíduo que comandava as ações do tráfico de drogas na região de dentro da Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves, segundo a Polícia Federal. O homem de 34 anos utilizava celulares para orientar seus comandados em diversas cidades da Serra Gaúcha, mesmo estando preso. Até o momento, a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) não se manifestou oficialmente sobre o caso.

A reportagem do NB Notícias iniciou uma investigação desde o anúncio da Operação Teiniaguá, deflagrada pela Polícia Federal no início da manhã da quinta-feira, 10, em varias cidades do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Rondônia. O detento que comandava o esquema criminoso foi identificado como sendo Madson Barros Nunes, de 34 anos. Ele tinha sido preso por tráfico de drogas na cidade de Veranópolis, no dia 27 de agosto deste ano.

Nunes é natural de Rolim de Moura, em Rondônia, mas atuou como braço do PCC em Mato Grosso do Sul. Ele residiu na cidade de Sidrolândia e ficou responsável por fazer os trâmites da chegada da droga no Brasil vinda do Paraguai. No ano passado, o acusado teria sido designado para expandir os negócios da facção criminosa na Serra Gaúcha, com o objetivo de multiplicar a droga enviada de Ponta Porã para as cidades da região e aumentar o faturamento dos criminosos. 

Segundo a Polícia Federal, Nunes era um dos três líderes do tráfico do PCC que comandavam o esquema de venda de drogas de dentro dos presídios. Os outros dois estavam presos no Presídio do Apanhador, em Caxias do Sul, e o outro na PASC, em Charqueadas. Ainda de acordo com a PF, ao longo de seis meses de investigação foi apurado que o grupo internalizou mais de uma tonelada e meia de cocaína e enviou de forma ilegal para o exterior cerca de R$ 25 milhões destinados ao pagamento a narcotraficantes no Paraguai.

Susepe realizou pente-fino no presídio de Bento Gonçalves para evitar a ação da PF

Três dias antes da Operação Teiniaguá ser deflagrada pela Polícia Federal, a Susepe fez uma operação pente-fino na Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves. Talvez para evitar uma possível operação dentro da casa de detenção, foram recolhidos pouco mais de 20 celulares, quatro estoques (facas feitas de forma artesanal) e algumas porções de cocaína e maconha. 

A reportagem do NB tentou contato com a assessoria de imprensa da Susepe, mas não obteve resposta. Também o diretor do presídio, Volnei Zago, não atendeu as ligações da reportagem. Ele chegou a informar que estava em uma reunião online, mas não retornou as tentativas posteriormente. A Polícia Federal também apura um esquema onde os presos entregam alguns celulares durante a revista da Susepe, mas mantém muitos outros com os principais líderes dentro das cadeias, a fim de passar uma falsa sensação de que o local está sendo fiscalizado e os detentos não tem conexão com o lado de fora da penitenciária.

 

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