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Detento comandava ações do tráfico de dentro da Penitenciária de Bento Gonçalves

Integrante da facção criminosa Os Manos vinha sendo monitorado pela Polícia Federal e também teve bens bloqueados pela justiça. Direção do presídio não se manifesta sobre o caso.

10/12/2020 às 17h50 Atualizada em 15/12/2020 às 14h14
Por: Marcelo Dargelio Fonte: NB Notícias
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A Operação Teiniaguá prendeu 22 pessoas na manhã desta quinta-feira, 10, no Rio Grande do Sul e no estado do Mato Grosso do Sul. Entre eles estava um detento da Penitenciária Estadual de Bento Gonçalves, acusados de comandar as ações do tráfico na região de dentro do presídio. Deve ser solicitada na justiça a sua transferência para um presídio de segurança máxima.

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Noercy da Silva Melo, mesmo estando na penitenciária, onde não deveria ter acesso a celulares, o apenado coordenava a chegada e a distribuição de cocaína na região. A droga entrava do Paraguai ao Brasil por Ponta Porã (MS) para, depois, ser transportada à Serra, onde era preparada e aumentada em proporções de três para um para então ser distribuída por uma rede integrada ao tráfico. O delegado não confirmou, mas este detento teria sido preso este ano pela polícia e fazia parte da facção criminosa Os Manos.

Segundo Melo, a Polícia Federal descobriu que o tráfico passou a ser comandado por líderes que estão em presídios e então passaram a monitorar essa organização criminosa culminando com a prisão de suas principais lideranças. Na investigação foi descoberto que a facção Os Manos trouxe para a Serra e Grande Porto Alegre mais de uma tonelada e meia de cocaína e distribuiu rapidamente. Além disso, mandou para o exterior pelo menos R$ 25 milhões como pagamento aos narcotraficantes do Paraguai e de Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.

Os investigados responderão pela prática dos crimes de tráfico internacional de drogas, organização criminosa, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e homicídio. O delegado adiantou que cerca de 56 pessoas, que serviam de laranjas para realizar a lavagem de dinheiro destes traficantes, também serão investigadas e podem ter suas contas bloqueadas pela justiça. Também será pedida a transferência destas lideranças para presídios de segurança máxima, a fim de evitar que os acusados mantenham comunicação com que está do lado de fora dos presídios e coordenem as ações do tráfico, mesmo estando atrás das grades.

A reportagem do NB Notícias tentou contato com o diretor do presídio, Volnei Zago, para saber como o detento conseguia comandar as ações do tráfico de dentro da penitenciária. Porém, o diretor não atendeu as ligações e informou, via Whatsapp, que estaria em uma reunião online e não poderia atender.

Conforme Melo, são dois líderes no presídio de Caxias, um em Bento e outro na Pasc. Além disso, um sexto estava foragido e foi detido nesta quinta-feira em Lajeado. Ele havia obtido o direito de cumprir pena em regime semiaberto com o uso de tornozeleira eletrônica há apenas 10 dias após passar 11 anos preso. Dos 22 presos, 15 são homens e sete mulheres. Os investigados responderão pela prática dos crimes de tráfico internacional de drogas, organização criminosa, associação para o tráfico, lavagem de dinheiro e homicídio. 


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