Vai faltar cerveja no final do ano? Não, não é para tanto... Mas, com certeza, há menos cervejas nas prateleiras dos supermercados e o motivo é o mesmo que vem prejudicando pelo menos 14 segmentos da indústria: a falta de fornecimento de insumos como vidro e latas para a confecção das embalagens. As grandes cervejarias, porém, dizem que se trata de um problema pontual causado pela pandemia de covid-19 e que estão trabalhando para solucionar o problema.
A ruptura de cerveja, ou seja, a taxa de ausência desse produto no mercado, chegou a 18,92% em outubro, contra os 12,4% no mesmo período do ano passado. Os dados são da Neogrid, empresa especializada na gestão da cadeia de suprimentos que atende 40 mil lojas grandes e médias no País. “Não é um desabastecimento que deve fazer o consumidor sair correndo para estocar cerveja, mas é possível que ele não encontre a marca que gostaria na embalagem de preferência. O efeito de ruptura mede que a loja tem 80 ‘apresentações’ quando, na verdade, deveria ter 100”, explicou o CCO da Neogrid, Robson Munhoz.
O Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) disse que a falta de insumos é um reflexo do impacto de fornecimento que vem afetando diversos segmentos em “um contexto atípico motivado pela pandemia, tanto na cadeia de insumos como na retomada acelerada dos últimos meses”. “Especificamente no setor cervejeiro, estamos enfrentando desafios pontuais com alguns insumos inerentes ao negócio, mas buscando junto aos fornecedores soluções para a normalização e menor impacto possível ao processo", escreveu o sindicato.
As cervejarias admitem dificuldades com o abastecimento de insumos, mas ressaltam que se trata de um problema pontual. A Ambev, que inaugurou em setembro uma fábrica de latinhas em Minas Gerais para fazer frente ao aumento da procura durante a pandemia, disse que segue atendendo seus clientes e tem feito um esforço extra para atender à demanda crescente.