A Serra Gaúcha volta a registrar bandeira vermelha no mapa preliminar do Distanciamento Controlado do Governo do Estado. O Rio Grande do Sul passa pelo momento mais crítico da pandemia de coronavírus. Com o número de pacientes internados em leitos clínicos e em UTIs atingindo o pico da série histórica, o mapa preliminar da 30ª semana do Distanciamento Controlado, divulgado nesta sexta-feira, 27, traz, pela primeira vez, todas as 21 regiões Covid em bandeira vermelha (risco epidemiológico alto).
A região de Caxias do Sul aparece em bandeira vermelha depois de ver aumentar a ocupação de leitos de UTI. A abertura de novos leitos de UTI na Serra não foi suficiente para tirar a região da condição de alto risco em relação à ocupação de vagas. A Serra está com a taxa em 80,8% de ocupação, o que significa 231 pacientes internados. Os dados são apurados e divulgados pelo governo do Estado.
Na quinta-feira, 26, Caxias do Sul e Canela abriram um total de 12 novos leitos. Oito ficam no Hospital Geral, no município mais populoso da Serra, e quatro na cidade da Região das Hortênsias, que antes da pandemia sequer tinha leitos, mas nos últimos meses colocou os primeiros cinco em funcionamento e, agora, expande o número para garantir o atendimento regional.
A Secretaria da Saúde (SES) e o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS) publicaram nesta sexta-feira, 27, um alerta à rede hospitalar gaúcha relativo ao aumento da demanda de atendimento de pacientes com Covid-19 nas próximas semanas.
Com o intuito de evitar sobrecarga do serviço público de saúde, o documento orienta que os hospitais adotem medidas de interesse público, como a reativação de estruturas e equipes de profissionais da saúde assim como estavam estruturadas no primeiro pico da pandemia. O texto visa garantir atendimento de pacientes em situações graves e de urgência, seja por Covid-19 ou não, especialmente nas áreas de oncologia e cirúrgicas em geral. “Para os pacientes com Covid-19 recomenda-se uma área isolada, como vem sendo realizado, mas caso não exista a possibilidade de isolamento, deve-se igualmente internar o paciente, isolando-o como possível”, explica o diretor do Departamento de Regulação Estadual, Eduardo Elsade.
Números apontam o Rio Grande do Sul em estado crítico
Houve uma piora em diversos indicadores ao longo da última semana. O número de casos ativos para doença cresceu 13% e ultrapassou a marca de 21 mil pessoas que testaram positivo apenas nesse período.
Pela primeira vez, ao menos três regiões tiveram média ponderada que as aproximou da classificação final em bandeira preta: Bagé, Erechim e Uruguaiana. Além da situação piorar em toda a macrorregião Norte, Erechim foi a única que alcançou classificação de risco máximo nos quatro indicadores regionais.
A situação piorou significativamente no último mês. De 30 de outubro a 26 de novembro, os indicadores apontam elevação de 26% (de 830 para 1.047) no número de hospitalizações confirmadas pela doença e aumento de 30% (de 712 para 928) de internados em UTI por síndrome respiratória aguda grave (SRAG).
Além disso, o número de internados em leitos clínicos com coronavírus cresceu 54% (de 768 para 1.183) e o número de óbitos subiu 31%, de 211 para 276. O mapa mais avermelhado já visto pelo Estado foi o preliminar da 15ª rodada, que apresentou 16 regiões com risco alto. Após recursos, o mapa definitivo, vigente entre os dias 18 e 24 de agosto, trouxe 14 regiões em vermelho.
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