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RESTAURO: Comitiva vistoria obras da Estação Férrea de Farroupilha

Grupo integrado por dirigentes da CDL Farroupilha, patrocinadores, arquitetos e produtor cultural verificou andamento do trabalho que deverá ser concluído em dezembro

07/10/2020 às 17h10 Atualizada em 12/10/2020 às 11h52
Por: Marcelo Dargelio Fonte: MCom Comunicação
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Cassiano Farina
Cassiano Farina

Uma visita técnica para verificar o andamento das obras de restauro da Estação Férrea de Farroupilha ocorreu na manhã desta terça-feira, dia 6, em Farroupilha, seguindo todos os protocolos de saúde de prevenção à Covid-19 e também as medidas de segurança para circulação no local. O grupo de patrocinadores e de dirigentes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Farroupilha – responsável pela idealização do projeto de revitalização e ocupação – foi recebido pelas arquitetas e pelo produtor cultural à frente da iniciativa que está sendo executada com recursos das Leis de Incentivo à Cultura do Estado do Rio Grande do Sul (Pró-cultura/RS - LIC) e Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet). 

A obra tem patrocínio máster de Anselmi e Tramontina; patrocínio de Biamar, Reggla - Elias Paludo e Colombo; copatrocínio de Grendene, Multicolor, Bigfer, Barrfab, Maltec, Soprano e Filtros Planeta Água; e apoio da Prefeitura Municipal de Farroupilha.  Com investimento de cerca R$ 1,2 milhão, os trabalhos de recuperação do prédio iniciaram em fevereiro deste ano e devem ser concluídos até dezembro. A revitalização do local unirá preservação da memória, cultura e economia. A estrutura deverá abrigar memorial, biblioteca, espaço gastronômico e centro de atendimento ao turista. 

O projeto arquitetônico de restauro foi realizado pela empresa Escaiola Arquitetura Rara, com execução da EWM Incorporadora e acompanhamento da Insito Arquitetura & Restauro. O planejamento cultural é da Simples Assim.

A arquiteta Juliana Betemps, da Escaiola, especialista em resgate e preservação histórica, explica que as equipes envolvidas na obra procuraram resguardar ao máximo as características originais do prédio, com a mínima intervenção possível. “Precisamos substituir algumas vigas de madeira, ter um cuidado especial com a recomposição do reboco para manter as características e também o restabelecimento da cor original, tom amarelo ocre, conforme prospecção cromática. O maior desafio foi a substituição do telhado, já que o material que tinha à época não é mais encontrado no mercado, por isso acabamos optando por trocar para outro que se aproximasse visualmente do projeto original”, detalha.  

Juliana afirma, ainda, que o projeto levou em conta todas as determinações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (Iphae), com orientação técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 

“A principal função do restauro é fazer com que dure mais tempo. Na execução da obra precisamos ter alguns cuidados para reproduzir da forma mais fiel possível alguns elementos que são bem característicos da Estação Férrea de Farroupilha, como os lambrequins, que são os adornos de madeira, que precisaram ser refeitos de forma manual”, completa a arquiteta Ingrid Arandt, responsável pelo acompanhamento das obras.

O empreiteiro Itamar De Faveri, da empresa responsável pela execução da obra, informou na visita que faltam apenas alguns detalhes para a finalização dos trabalhos, como a colocação de louças, banheiros e itens da parte elétrica.

Daniel Henz, diretor da empresa responsável pelo planejamento cultural do projeto, reforça o valor histórico da Estação Férrea de Farroupilha para toda a comunidade e a necessidade de ocupar os espaços públicos, com apoio de entidades e empresas que viabilizaram o projeto. “A CDL Farroupilha está de parabéns pela iniciativa de resgatar esse importante patrimônio para a comunidade. Além do imóvel com sua identidade preservada, será entregue um belo espaço multiuso. É um grande privilégio para a produtora Simples Assim atuar na elaboração e gestão deste projeto”, destaca.   

Na visita desta terça estiveram presentes ainda o contador da Tramontina, Luis Carlos Possa, e os empresários Itacir Marmentini (Biamar), Lindones Lemos (Bigfer) e Leandro Pergher (Planeta Água) e o diretor de operações da Soprano, Valter Sonda. “Quando a CDL Farroupilha trouxe esse projeto para a empresa, imediatamente reconhecemos o grande valor para a cidade, de poder resgatar um prédio histórico, que estava abandonado, e que será devolvido para a toda a comunidade. É importante citar também que será um espaço que poderá ser utilizado pela população, com outras etapas que virão posteriormente à entrega da obra”, lembra Possa.

A revitalização e ocupação da Estação Férrea Nova Vicenza é uma promoção da CDL Farroupilha e conta com o financiamento do Pró-cultura RS/Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do Estado do Rio Grande do Sul. É uma realização da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, Pátria Amada Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet).

Recuperação de um prédio histórico
A antiga Estação Férrea Nova Vicenza foi inaugurada em 1910 e era um dos pontos de parada do trajeto que ligava os municípios de Montenegro a Caxias do Sul. A obra foi um marco para os moradores da região que hoje pertence à Farroupilha, incrementando o varejo local com o transporte de mercadorias. Nas proximidades também foi construído o Armazém da Ferrovia, fazendo com que se formasse um núcleo habitacional. Foram edificados, ainda, uma escola, uma igreja e pontos comerciais no entorno. A estação foi, ainda, peça fundamental para a formação do município de Farroupilha, levando o desenvolvimento para a região central e sendo palco do anúncio de emancipação do município pelo General Flores da Cunha caso fosse eleito governador do Estado do Rio Grande do Sul, o que acabou acontecendo em 1934. 

No final dos anos 1970, o trem de passageiros deixou de circular pela região, marcando também a mudança do modal brasileiro, embora oficialmente a linha nunca tenha sido extinta.

Em 2017, a CDL Farroupilha venceu a licitação da prefeitura para o projeto de restauro e ocupação do prédio, dando à entidade a concessão da antiga Estação Férrea por duas décadas, podendo ser prorrogada por mais 20 anos.    

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