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INTOLERÂNCIA: Escola Alfredo Aveline debate o racismo em aula virtual

Alunos do Ensino Médio da escola participaram de debate com representantes do Movimento Negro Raízes em atividade extra-curricular da instituição.

05/09/2020 às 12h36 Atualizada em 14/09/2020 às 12h26
Por: Marcelo Dargelio Fonte: NB Notícias
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Divulgação
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A Escola Estadual de Ensino Médio Alfredo Aveline continua sempre preparando seus alunos para além daquilo que está previsto no seu currículo escolar. Prova disso, foi a realização da Videoconferência “Diálogos sobre Racismo”, promovida através da disciplina de Geografia, coordenada pela professora Eliana Passarin. O evento envolveu três turmas do Ensino Médio da escola.

Os alunos das turmas 111,112 e 311 do Ensino Médio conversaram com os coordenadores do Movimento Negro Raízes de Bento Gonçalves, o casal Marcus Flávio Dutra Ribeiro e Solana Correa. O evento, culminou o projeto que vem sendo trabalho desde o início do ano que trata de intolerância e desigualdades. Os alunos conheceram um pouco mais da trajetória da entidade que, apesar de jovem, já conquistou reconhecimento estadual, prova que recebeu a maior distinção da Assembleia Legislativa por dois anos consecutivos, o Prêmio Zumbi dos Palmares.

A dedicação dos alunos emocionou a professora Eliana Passarin, que coordenou os trabalhos. SEgundo ela, a atividade foi um misto de cultura e questionamentos, e certamente ficará guardada como um dos melhores momentos das aulas em EAD, desta quarentena. A professora ainda  destacou a forma propositiva e respeitosa com que os alunos participaram da videoconferência.

A direção da escola, representada pela vice-diretora Izaura Pasqualli, enalteceu o trabalho da entidade e dos alunos sobre um tema que ainda é tão necessário de dialogar e encontrar soluções. Também participou da atividade a ex-aluna Emanuelle da Silva, que recentemente recebeu um prêmio nacional de literatura. 

Os alunos ficaram tocados quando os membros da entidade contaram como a mesma surgiu, depois de uma fato racista ocorrido com a filha do casal, que fantasiada de branca de neve em um evento escolar, sofreu discriminação, dizendo que a mesma não podia ser branca de neve, já que era negra. A professora lembra com emoção da frase dita por eles: “Dentro da nossa casa, nós temos um 'Branca de Neve' que é Negra!.... Que jamais os nossos filhos e filhas sejam impedidos de seus sonhos, por conta da cor de sua pele!..." (Movimento Negro Raízes).

O aluno Eduardo da T211 destacou: “Queria dizer que hoje, e sempre, tu foi incrível, trazendo esses conteúdos pra gente, essa diversidade e esses ensinamentos que são extremamente necessários. Eu não precisava dessa aula, só por questão de abrir ainda mais a mente e aprender ainda mais sobre um assunto tão importante. Mas também precisava dessa aula pra sentir de verdade, pra me emocionar, como eu me emocionei, e entender um pouco mais do que é ser uma pessoa melhor a cada dia, com novos argumentos e novas ideias de como melhorar o meu e o seu mundo”.

Dentre as pautas do diálogo estiveram presentes, questões como: situações de racismo que os coordenadores da entidade sofreram, a importância de entidades que defendam os direitos humanos e as questões étnico raciais, os eventos racistas nos EUA e em Bento Gonçalves, quais caminhos a sociedade deve seguir para acabar com a chaga do racismo, a importância de ser antirracista e que este movimento deve ser de toda sociedade. “De forma contundente e não rasa devemos tratar deste tema que é uma chaga na sociedade”, destacaram os líderes do movimento.


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