Os Passarin sempre acreditaram que toda história que vale a pena precisa e merece ser contada. Sempre foi assim, desde que Giuseppe, em 1888, saiu do Vêneto, na Itália, rumo ao Brasil. Na bagagem somente fé, esperança e a coragem necessária para trabalhar num novo mundo. O vinho, que alimentou os sonhos da família, começou a ser elaborado num quarto da casa do primogênito Guido Passarin, nascido no Brasil. A saga chega a 2020 com o neto Arnaldo Passarin, compartilhando com todos que apreciam o mundo do vinho, um patrimônio que une arte, história e, claro, vinho. A Cave do Sol é o mais novo empreendimento enoturístico do Vale dos Vinhedos.
“Tenho duas paixões: a minha família e o vinho. Mas o melhor da vida é a família”, assegura Arnaldo Passarin, de 86 anos, diretor presidente da Cave do Sol. “Me sinto realizado em ver se tornar realidade mais um de meus sonhos, tendo meus filhos e minha esposa envolvidos em cada projeto. São 66 safras aqui no Rio Grande do Sul”, celebra. Paulista de Jundiaí, o idealizador e presidente da Associação dos Produtores de Suco Puro, comprou o terreno no Vale dos Vinhedos há 23 anos. Agora, com a Cave do Sol, avança no enoturismo, abrindo uma vinícola com produtos de alta qualidade, degustações e visitas guiadas diferenciadas e uma estrutura impactante.
A vinícola está encravada no coração do roteiro enoturístico mais famoso do Brasil (km 20 da Rodovia ERS 444), numa área de 36,6 mil metros quadrados. São 5.125 metros quadrados de área construída, 2.367 deles destinados ao enoturismo, distribuídos em três andares, totalmente projetado dentro das premissas de acessibilidade. O ambiente convida a imergir num rico cenário de objetos considerados peças de museu que, além de preservar a história da família e da vitivinicultura brasileira, também compõem obras de arte concebidas por artistas, valorizando talentos locais. É uma viagem pelo tempo num passeio que transcende o imaginário.
A vinícola abre dia 4 de setembro em modelo soft opening, com atendimento de sexta a domingo. Na Cave do Sol, o visitante pode viver uma experiência única. Ao adentrar em cada ambiente, peças e equipamentos vão ajudando a contar a história do vinho, um verdadeiro museu vivo da família. A madeira das antigas pipas está em todo lugar, especialmente no mobiliário que ambienta espaços como a loja e a vinheria, entre outros. O revestimento das paredes da cave exibe os tijolos que guardam as histórias da família, trazendo as marcas do tempo e dando vida à Cave do Sol. Eles foram retirados da antiga vinícola, transportados até o Vale dos Vinhedos e agora fazem parte deste amplo complexo enoturístico que une tradição, história e modernidade. O projeto é da reconhecida arquiteta Vanja Hertcert, especializada em arquitetura do vinho.
Na Cave do Sol é possível fazer três tipos de visitas, que vão de 40min a 1h10min, sempre guiados por enólogos e sommeliers. Em todas elas são degustados cinco produtos e está incluída uma taça de cristal exclusiva. A novidade traz uma experiência nova ao Vale dos Vinhedos, tanto para quem está em busca de uma vivência rápida quanto para quem prefere mergulhar no mundo do vinho.
Inicialmente, quatro linhas estarão no mercado, partindo da superior Cave do Sol, passando pela Solar do Vale e Vulcano, até chegar a Monarca. Mas os ícones – homenagem feita pela família - são batizados com os nomes de Capitão Chico, como Arnaldo Passarin é chamado, e Vitória Lúcia. O primeiro se trata de um vinho tinto 100% Cabernet Sauvignon. O segundo, que carrega o nome das mães de Arlete e Arnaldo, respectivamente, é um espumante Nature Método Tradicional. Ao todo, são 34 rótulos entre espumantes, vinhos e suco de uva.
Os vinhos, espumantes e sucos da Cave do Sol são elaborados com uvas cultivadas na Serra Gaúcha, Campanha Gaúcha e Serra do Sudeste, compondo um portfólio rico em diversos terroirs, atendendo aos mais variados estilos.
VINHO É ARTE, ARTE É VINHO
O ‘Sol Negro’ é quem dá as boas-vindas a todos que chegam na vinícola. Instalado a 3 metros do solo e atingindo 8 metros de altura, é formado por um conjunto de oito bombas antigas, pesando mais de 2 toneladas. Ao seu lado, uma fonte que partilha o seguinte texto: “A Cave do Sol foi construída numa TERRA abençoada, onde o AR puro chega abundante em cada estação. O FOGO representado pelo Sol, com nome e arte fundidos, aquece a paisagem. Para completar a homenagem aos quatro elementos, a ÁGUA que limpa, refresca e purifica, está nesta fonte que, com sua atividade constante, traz a certeza da vida em movimento”.
Ainda na parte externa, cercando a vinícola, a uva é representada em peças metálicas feitas com centenas de aros das antigas pipas da família. Numa linguagem minimalista, elas representam dezenas de anos de história. As ‘Uvas ao Sol’ têm dimensões que variam de 2 a 3 metros de diâmetro, atingindo até 800 quilos, ganhando vida à noite com iluminação cênica. Explorando a cor e luz naturais do cobre e do latão, que expressam a presença e a força do sol sobre a videira, os ‘Destiladores’ são peças emblemáticas instaladas nos jardins da vinícola. ‘As Uvas do Sol’, uma escultura em formato de painel, medindo 4 metros x 2 metros, pode ser apreciada no interior da vinícola, numa representação de um cacho de uva. A criação e execução das obras, feitas com peças da unidade desativada, em Flores da Cunha, têm a assinatura dos artistas Aido Dal Mass e Rubens Sant’Anna Filho. Já a fonte é uma criação da arquiteta Vanja Hertcert.
E para quem deseja viver uma experiência mais intensa, o destino é a própria cave, que traz o sol imortalizado na arte que ganha a luz natural do astro. A interpretação do sonho da família foi traduzido pela designer Sirlei Chiminazzo e sua representação ganhou o talento da artista plástica Karen Poletto Jacobs, criando um cenário surpreendente.
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