Novo monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES) apontou que mais de 33% dos adultos, de 20 a 60 anos, estão com sobrepeso, um dos principais fatores de risco para o surgimento de câncer. O dado, relativo a 2024, está incluído na mais recente atualização do painel Observatório do Câncer .
As informações abrangem a obesidade na população gaúcha, de zero a 60 anos, atendida nas unidades de atenção primária de saúde. Conforme os dados, no último ano, a população de crianças acima do peso na faixa de zero a dois anos no Estado, apresentou um indicador de cerca de 7%. No grupo de crianças de dois a cinco anos, em torno de 9%. Entre os adolescentes, a prevalência de foi de 21%.
O sobrepeso é creditado principalmente ao consumo excessivo de alimentos ultra processados, como refrigerantes, salgadinhos e outros produtos industrializados. Os hábitos alimentares não saudáveis são responsáveis por aproximadamente 4% dos casos de câncer no Brasil, com destaque para câncer de mama, colorretal e próstata.
“A alimentação e a nutrição são fatores de proteção para doenças, inclusive, o câncer e os dados nos mostram que o sobrepeso e a obesidade são problemas a serem enfrentados no RS”, afirma a chefe da sessão das Políticas Transversais do Departamento de Atenção Primária e Políticas de Saúde da SES, Maisa Pedroso.
Os registros apresentados no painel foram coletados pelas equipes do Sistema Único de Saúde (SUS) entre os anos de 2020 e 2024. Eles observam a necessidade de ampliar o monitoramento, pois cerca de 30% das pessoas atendidas não tiveram seu consumo de ultraprocessados devidamente registrado.
O objetivo é que os gestores municipais possam executar os planos de ação indicados por metas de monitoramento, visando à redução da taxa de sobrepeso da população, com destaque para a prática de uma alimentação adequada e saudável. O painel online apresenta, além dos indicadores, também informações sobre prevenção e rastreio da doença.
Metas de monitoramento
Entre as informações do observatório estão metas de monitoramento para os gestores municipais, considerando a prevalência de sobrepeso em cada faixa etária da população; avaliação da série histórica dos indicadores do câncer e os fatores de risco com a obesidade; além do registro do consumo de alimentos ultraprocessados no Estado. Para cada uma dessas situações, são fornecidos planos de ação para auxiliar o gestor municipal a manter ou atingir as metas que são estabelecidas a partir de dados disponíveis nos relatórios do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde sobre os indivíduos atendidos na atenção primária de saúde.
Observatório do Câncer
Referência no monitoramento e prevenção aos cânceres de colo do útero, de mama e de tabagismo, o Observatório do Câncer apresenta nova seção no site chamada nutrição. Nessa área são abordados, por meio de uma série histórica, os riscos do sobrepeso e do consumo de alimentos ultraprocessados que podem levar, principalmente, a casos de câncer de mama, colorretal e próstata.
O Observatório do Câncer é uma iniciativa da Secretaria Estadual de Saúde, com apoio profissional e execução do Núcleo Técnico Científico de Telessaúde e suporte do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde.
Texto: Ascom SES
Edição: Secom